É a segunda tentativa do governo de aprovar reforma
Depois de mais de 160 pessoas ficarem feridas nos protestos contra a Reforma da Previdência do governo argentino, o Congresso da Argentina aprovou na manhã desta terça-feira (19) a proposta que rearranja as regras previdenciárias no país.
O projeto já havia sido aprovado no Senado Federal argentino e agora foi aprovado na Câmara, por 128 votos a favor e 116 contra. Foram mais de 17 horas de debate no Congresso.
Conforme a lei, o cálculo das pensões será alterado e a idade de aposentadoria opcional também será aumentada, de 65 para 70 anos entre os homens, e de 60 para 63 anos entre as mulheres.
Não faltaram protestos do lado de fora do Congresso, em Buenos Aires, durante a votação da reforma. Entre os feridos, 88 eram agentes da polícia que tentaram barrar os protestos. Pelo menos 60 manifestantes foram presos.
Quem protestou se armou com pedras, garrafas e rojões contra a polícia, que contra atacou com gás lacrimogêneo e balas de borracha, num conflito que durou quatro horas. Tudo ao som de um ‘panelaço' promovido nos apartamentos de Buenos Aires durante toda a noite.
Esta foi a segunda tentativa do governo em aprovar o projeto. Na quinta-feira (14), uma outra votação da proposta teve que ser suspensa por causa dos protestos violentos e brigas entre manifestantes e policiais.
Impacto econômico
O governo de Maurício Macri, presidente da Argentina, tenta aprovar a Reforma da Previdência para contenção do déficit fiscal. A presidência negocia com os municípios, em sua maioria opositores, para repassar a verba economizada (5,5 bilhões de dólares).
Cerca de 17 milhões de aposentados e pensionistas serão afetados pela Reforma. A preocupação maior dos sindicatos é que os menores reajustes nas aposentadorias sejam irrisórios frente à alta da inflação na Argentina.