Chile terá segundo turno com Piñera

Ex-presidente Sebastián Piñera lidera os votos

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Ex-presidente Sebastián Piñera lidera os votos

As eleições no Chile, realizadas neste domingo (19), irão a segundo turno. O ex-presidente Sebastián Piñera lidera os votos e deve enfrentar o jornalista e senador governista Alejandro Guillier ou Beatriz Sánchez, que aparecem em segundo e terceiro lugar nos resultados parciais. O segundo turno será no dia 17 de dezembro.

Além de escolher o substituto de Michelle Bachelet na presidência, os chilenos votaram para renovar o Parlamento e conselhos regionais.

Veja resultado parcial com 81,75% das urnas apuradas:

Sebastián Piñera – 36,67%
Alejandro Guillier – 22,64%
Beatriz Sánchez – 20,34%
José Antonio Kast – 7,88%
Carolina Goic – 5,91%
Marco Enríquez-Ominami – 5,68%
Eduardo Artés – 0,51%
Alejandro Navarro – 0,37%

As pesquisas eleitorais indicavam a possibilidade de segundo turno entre Piñera e Guillier. Na apuração dos votos, surpreendeu o desempenho de Beatriz Sánchez, candidata da estreante Frenta Ampla, o equivalente ao Podemos espanhol. Na última pesquisa eleitoral do Centro de Estudos Públicos do Chile, ela apareceu com 8,5% das intenções de voto – Piñera tinha 44,4% das preferências e Guillier, 19,7%.

Ônibus incendiado

De acordo com a EFE, o clima de tranquilidade durante a votação foi afetado nas primeiras horas do dia pela queima de dois ônibus, um em Santiago e outro na região da Araucanía, onde também foram incendiados um galpão e um trator e estradas foram bloqueadas com árvores previamente derrubadas que depois foram queimadas, segundo informou o subsecretário do Interior, Mahmoud Aleuy.

O candidato Piñera teve a sede de seu comitê eleitoral ocupada neste domingo por um grupo de jovens de extrema-esquerda que posteriormente foram retirados e detidos pela polícia.

Cerca de 14,3 milhões de chilenos estão aptos a votar nestas eleições. O voto não é obrigatório no país.

Nos últimos anos, casos de financiamento irregular na direita e na esquerda minaram a confiança dos chilenos na política. A situação piorou depois que a nora de Bachelet foi processada por um caso de corrupção.

Legado de Bachelet​

O presidente que assumir em 11 de março o palácio de La Moneda receberá um país com uma economia em alta, impulsionada pelo aumento dos preços do cobre, depois de três anos de queda e que levou o principal produtor mundial do metal a um crescimento médio de 1,8% nos anos de governo Bachelet.

Segundo a Fundação Sol, uma ONG local especializada em estudar a desigualdade, o Chile é um dos países mais desiguais da região: 20% da população concentra 72% da riqueza do país.

A economia e o caso de corrupção que envolveu seu filho e sua nora no princípio do segundo mandato acabaram com a popularidade da presidente, a última representante de uma época dourada para as mulheres no poder na América Latina.

Além de aprovar a união civil, que beneficia casais gays, e o aborto terapêutico, Bachelet impulsionou durante seu governo um plano de reformas, entre elas a grande reforma da educação, que instalou um sistema progressivo de gratuidade no ensino superior. A lei que estabelece a gratuidade universal permanente ainda é discutida no Congresso.

O atual sistema previdenciário, herança da ditadura de Augusto Pinochet, também está em debate. O que rege hoje é um sistema de capitalização absolutamente individual que – quase quatro décadas após sua criação – fornece aposentadorias muito baixas aos aposentados.

Bachelet enviou ao Congresso um projeto de lei que, pela primeira vez, introduz uma contribuição de 5% das empresas. Desta forma, visa aumentar em 20% o montante da aposentadoria, que atualmente representam uma média de 241 mil pesos (cerca de US$ 380).

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