Carcereiros permitiam que traficantes queimassem vítimas em prisão do México

Pelo menos 150 pessoas foram mortas no interior da prisão de Piedras Negras

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Pelo menos 150 pessoas foram mortas no interior da prisão de Piedras Negras

A Procuradoria de Desaparecidos do estado mexicano de Coahuila conseguiu identificar oito carcereiros que permitiram que o grupo criminoso Los Zetas incinerassem pelo menos 150 pessoas no interior da prisão de Piedras Negras, informou nesta quinta-feira (28) José Ángel Herrera, encarregado do presídio.

“Los Zetas contaram com a aquiescência do pessoal de guarda e custódia do Centro de Readaptação Social de Piedras Negras para executar o delito (…) e os responsáveis se encontram plenamente identificados”, declarou Herrera em entrevista coletiva.

Herrera disse também que, como resultado da investigação, foi possível identificar 37 vítimas que foram assassinadas e incineradas no interior do centro penitenciário, e resta agora identificar outras 113.

Além disso, a investigação confirmou a responsabilidade de 17 pessoas nestes delitos e foram obtidas 21 ordens de apreensão, das quais 17 foram executadas.

Herrera destacou que no último dia 4 de setembro aconteceu a consignação perante os tribunais de 13 responsáveis, dos quais oito são carcereiros e cinco integrantes de Los Zetas.

“Entre as 37 vítimas identificadas está uma família integrada por sete membros, entre elas uma mulher e um menor de idade”, detalhou Herrera.

Desde o final de 2009 e até setembro de 2012, Los Zetas assassinaram e incineraram pelo menos 150 pessoas nas oficinas do Centro de Readaptação Social de Piedras Negras, cidade que faz fronteira com o Texas, nos Estados Unidos.

Os restos das vítimas eram introduzidos em bolsas pretas de plástico e jogadas no leito do rio San Rodrigo, um afluente do rio Bravo que marca a fronteira entre o México e os EUA.

Para localizar os restos, as autoridades desviaram o rio durante um período com o objetivo de tentar encontrar as bolsas.

No entanto, “devido às inundações provocadas pelo furacão “Alex”, as bolsas com os restos humanos foram arrastadas pela corrente e terminaram no rio Bravo”, concluiu Herrera.

Graças ao autogoverno que Los Zetas mantinham nessa prisão, o líder do grupo criminoso, Omar Treviño Morales, se escondia em seu interior quando as autoridades realizavam operações para capturá-lo.

Treviño foi finalmente capturado em 2015.

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