Brasileira relata angústia por namorado desaparecido em avalanche
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Recife, capital de Pernambuco, está a 7.478 km de Farindola, no centro da Itália. Mas é ali, muito distante do frio e da neve dos Apeninos, que uma brasileira, Isabella Paiva, aguarda com ansiedade notícias sobre as mais de 20 pessoas que ainda estão debaixo dos escombros do hotel Rigopiano, destruído por uma avalanche na última quarta-feira (19).
Seu namorado, Alessandro Riccetti, é um dos desaparecidos na tragédia, que já deixou ao menos sete mortos, enquanto outras 11 pessoas escaparam com vida, algumas depois de passarem mais de 60 horas soterradas. Natural de Terni, na região da Úmbria, ele trabalhava como recepcionista do Rigopiano e enviou para Isabella uma selfie minutos antes de 50 mil toneladas de neve caírem sobre o hotel.
Desde então, a brasileira espera a notícia de que seu companheiro está são e salvo do outro lado do Atlântico. “Eu queria muito estar lá, se dependesse de mim, já estaria lá há muito tempo. Estou orando sem parar”, disse Isabella, em entrevista à ANSA . Com o passaporte vencido, ela não pode embarcar para a Itália neste momento, mas espera fazê-lo assim que possível.
“Só resta a mim e aos amigos orar para que tudo esteja bem. Assim que eu conseguir autorização de viagem, vou sem pensar duas vezes, e espero que ele já esteja bem”, acrescentou. A foto derradeira foi enviada por Alessandro a Isabella por volta de 16h (horário da Itália) da última quarta-feira, poucos minutos antes da avalanche.
Naquele dia, o centro do país já havia sofrido uma série de três terremotos superiores a 5.0 na escala Richter, que seria a principal causa do deslizamento. Nesta segunda (23), Alessandro completa 33 anos de idade, enquanto os bombeiros lutam contra a neve e as baixas temperaturas para encontrar sobreviventes.
“A oração é a única coisa a se fazer”, escreveu sua mãe, Antonella Maria, no Facebook. Segundo Mario Costa, presidente honorário da Sociedade Sistema 118, espécie de Samu da Itália, ainda é possível encontrar pessoas com vida, mesmo já se tendo passado cinco dias desde a avalanche.
“Sempre existe uma possibilidade. Pode-se encontrar debaixo dos escombros um bolsão de ar que dê a chance de respirar, e até a presença de neve oferece a possibilidade de beber. Os destroços, se não provocaram traumas, podem proteger do contato direto com a neve”, declarou o especialista.
Para Costa, o maior problema é o frio, que pode causar hipotermia, ainda que eventuais sobreviventes estejam protegidos pelos escombros. Mas isso não tira as esperanças de Isabella, que se apega às orações para rever o namorado. “Eu tenho fé, e ele estava bem agasalhado”, garantiu.
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