Referendo deve definir saída

Os britânicos devem definir em referendo no dia 23 de junho se saem ou ficam no bloco europeu.

O alerta do G20 foi incluído na declaração conjunta divulgada neste sábado após um encontro de dois dias na China, na qual o ministro da Fazenda brasileiro, Nelson Barbosa, esteve presente.

O ministro das Finanças britânico, George Osborne, ressaltou em entrevista à BBC durante o evento, que a questão do referendo é de “extrema gravidade”.

“Os líderes financeiros das maiores economias do mundo deram seu veredito unânime dizendo que a saída da Grã-Bretanha seria um choque para a economia global. E se seria um choque para a economia global, imagina o que seria para a Grã-Bretanha”, disse. “Seria uma jornada aventureira pelo desconhecido (…). Isso é extremamente grave”.

Osborne negou que o governo britânico tenha pedido para o G20 incluir a questão do referendo em seu comunicado oficial. “Há países na mesa (de negociações), como os Estados Unidos (…) e a China que francamente não fazem o que qualquer um pede para eles fazerem”, disse.

Segundo uma autoridade ligada a comitiva britânica, a questão teria sido levantada no encontro do G20 justamente pelos americanos e chineses, além de Christine Lagarde, presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, do Partido Conservador, apoia a permanência do país na UE. Há, porém, outros líderes do mesmo partido que são a favor de uma saída do bloco, como o prefeito de Londres, Boris Johnson

Para o ex-ministro das Finanças Nigel Lawson, o alerta do G20 não faz sentido porque 15 de seus membros nem sequer fazem parte da UE. “Os britânicos não vão gostar que o G20 diga o que eles devem fazer. E essa ideia de que a saída da Grã-Bretanha da UE pode causar um choque econômico é absurda”, disse.

“Quinze membros do G20 estão fora da UE e isso não causou choque econômico. Na realidade, a maior parte deles está indo melhor economicamente do que muitos membros da UE.”

Para o líder do Partido Independente do Reino Unido (Ukip), Nigel Farage, que também defende a saída do bloco europeu, o anúncio do G20 “não foi uma surpresa”. “São camaradas se ajudando”, diz ele. “Isso não impressiona os eleitores.”