Relatório diz que polícia mexicana estupra detentas para obter confissões

Documento da Anistia Internacional denuncia violações

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Documento da Anistia Internacional denuncia violações

Um relatório da Anistia Internacional publicado nesta terça-feira (28) revelou que forças de segurança mexicanas submetem detentas a abusos sexuais para conseguir confissões. A ONG fez uma pesquisa com 100 mulheres, detidas em prisões do México, e todas relataram já ter sido vítimas de assédio sexual ou abuso psicológico, durante interrogatórios.

A autora do documento, Madeleine Penman, disse à agência francesa AFP que “quando falamos de violência contra a mulher, o método preferido do Estado [mexicano] é a violência sexual. Foi uma descoberta surpreendente”.

O relatório ainda afirma que a maioria das encarceradas no México responde a processos relacionados ao crime organizado ou narcotráfico. “Muitas delas vêm de famílias pobres, o que faz com que tenham menos possibilidades de ter uma defesa digna desse nome”, afirma a entidade.

A organização, ligada à defesa dos direitos humanos e a denúncias contra violações desses direitos, afirma que as detentas mexicanas passam por abusos como agressões sexuais, espancamentos, choques elétricos ou apalpões durante a detenção e interrogatório. Em entrevista à agência Associated Press, uma das vítimas relatou como foi violentada e torturada por policiais.

Claudia Medina Tamariz estava dormindo com o marido, quando teve sua casa invadida pelas autoridades, que prenderam ambos. Ela passou por espancamento, estupro e torturas como choques elétricos e afogamento durante horas. “Eles sabem como te atingir como mulher”, afirmou.

Das 100 mulheres ouvidas pela entidade, 70 afirmam que relataram as agressões às autoridades. No entanto, dentre elas, apenas 22 tiveram investigações abertas para apurar os casos. O relatório ainda afirma que “ninguém foi acusado”.

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