Noite feliz: clássico das canções de Natal faz 200 anos
Música é cantada em mais de 300 línguas e dialetos ao redor do mundo
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Música é cantada em mais de 300 línguas e dialetos ao redor do mundo
Para centenas de milhões em todas as partes do mundo, a canção Noite feliz é o símbolo de uma atmosfera natalina festiva. Uma pesquisa a aponta como a música de Natal mais popular entre os alemães e que se tornou um clássico internacional, cantado em mais de 300 línguas e dialetos ao redor do mundo, da neve europeia às florestas tropicais da América do Sul. Documentos apontam que o poema tenha 200 anos.
Como revela um manuscrito descoberto em 1996, o padre Joseph Mohr (1792-1848) escreveu o poema Stille Nacht, heilige Nacht (Noite silenciosa, noite santa) em 1816, em Mariapfarr, uma pequena aldeia da região austríaca de Lungau. Ao se transferir no ano seguinte para o lugarejo de Oberndorf bei Salzburg, a 17 quilômetros de Salzburg, ele levava o texto na bagagem. A região no vale do rio Salzach era habitada majoritariamente por balseiros e barqueiros pobres.
Lá, o padre socialmente engajado conheceu e ficou amigo do professor e organista Franz Xaver Gruber (1787-1863). Segundo consta, ambos formavam uma boa dupla. E então, justamente antes do Natal, o órgão da igreja parou de funcionar. Como contaria, anos mais tarde, o próprio Gruber, esse acidente levou à criação da famosa canção.
“Foi em 24 de dezembro do ano 1818, quando o então vigário Josef Mohr, na recém-criada paróquia de Sankt Nicola, em Oberndorf, entregou ao organista substituto, Franz Gruber, um poema, pedindo-lhe que compusesse uma melodia adequada ao texto para duas vozes solistas, com coro e acompanhamento de violão.”
Estreia
A estreia foi na missa de Natal à meia-noite de 24 de dezembro de 1818, sob condições natalinamente humildes. Mohr cantou a voz de tenor, acompanhando à guitarra, e Gruber cantou o baixo. Na ocasião foram cantadas seis estrofes, e não apenas as três conhecidas hoje em dia. Segundo relatos, a apresentação foi um sucesso.
Há diferentes versões sobre a carreira posterior da música. Uma delas diz que, apesar da boa recepção pelos fiéis na noite de Natal, a cantiga foi esquecida em seguida. Um construtor de órgãos teria encontrado a partitura seis anos mais tarde, ao consertar o instrumento da igreja, levando-a para o Tirol, sua terra natal.
De acordo com outros relatos, em 1822 a família tirolesa de cantores Rainer, internacionalmente famosa na época, entoou a canção para o czar russo Alexandre 1° e o imperador austríaco Francisco 1°.
Segundo a Sociedade Stille Nacht, sediada em Oberndorf, “um panfleto descoberto num sebo vienense é o mais antigo texto impresso de Noite feliz“. Segundo as últimas pesquisas, ele dataria de “antes de 1832”, portanto de cerca de 14 anos após a primeira apresentação. Deduz-se que ela já era conhecida há anos como canção folclórica tirolesa.
Por volta de 1832, Stille Nacht, heilige Nacht foi cantada em público em Leipzig. De lá, tornou-se rapidamente conhecida. Em Berlim, o rei Frederico Guilherme da Prússia determinou que a melodia fosse cantada anualmente em seu palácio pelo coro da Catedral de Berlim.
Em 1854, ela foi incorporada ao repertório da orquestra da corte imperial berlinense. A música se tornou peça central das celebrações familiares de Natal, conquistando, ao mesmo tempo, um lugar nas missas natalinas. O autor do texto, Joseph Mohr, não viveu para ver tudo isso, pois morreu em 1848.
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