Exame de fezes dá detalhes de bispo morto há 300 anos
Viveu no fim do século 17
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Viveu no fim do século 17
Uma massa de fezes que estava guardada no acervo de um museu na Dinamarca levou um grupo de pesquisadores a identificar um bispo que viveu no fim do século 17 na cidade de Aalborg, no norte do país.
A análise do resíduo, descoberto dentro de uma garrafa quebrada no museu, revelou restos de uma dieta exótica para a época: figos, uvas, pimenta e trigo sarraceno.
Quem consumia tudo isso era o bispo Jens Bircherod – o material tinha sido encontrado primeiramente em 1937, durante escavações na antiga mansão do religioso.
“Tudo combina muito bem com o bispo que viveu naquela casa de 1694 a 1708”, afirmou Jette Linaa, do Museu Moesgaard, na cidade dinamarquesa de Aarhus, a 118 quilômetros de Aalborg.
Naquela época, a dieta dos moradores da cidade era à base de carne suína e bovina e repolho. Já o trigo sarraceno, encontrado no material analisado, era característico da alimentação de quem vivia em Funen, uma ilha a cerca de 200 quilômetros dali.
“Ele tinha uma dieta típica da classe alta – ele era parte da classe alta”, disse Linaa à BBC.
O banheiro do bispo
Linaa contou que ela e o colega, Christian Vraengmose, encontraram uma caixa na área de armazenamento do museu enquanto investigavam a movimentação de pessoas entre as cidades da Dinamarca entre os séculos 15 e 17.
O objeto foi parar ali como parte de um esforço anterior de arqueólogos, que haviam guardado tudo o que encontraram quando prédios do centro de Aalborg foram demolidos para dar lugar a uma praça.
O material descoberto recentemente pela dupla tinha sido retirado em 1937 do antigo banheiro do bispo na mansão.
Dentro da caixa estava a garrafa de vidro quebrada com as fezes. “Nosso arqueólogo e botânico analisou o conteúdo e encontrou várias sementes, nozes e frutas silvestres”, contou Linaa.
Além das fezes, os arqueólogos também encontraram restos de jogos de porcelana fabricadas na cidade holandesa de Delft, incluindo uma jarra, uma bacia e uma frasco de cristal.
A próxima etapa da pesquisa é descobrir quem exatamente morava no palacete do bispo Jens Bircherod.
“Já sabemos que era o bispo, sua mulher e filhos e mais alguns empregados, mas por enquanto não sabemos quantos eram”, explicou a pesquisadora.
Os pesquisadores também vão analisar outras fezes encontradas em outras duas latrinas antigas de Aalborg.
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