Acusado de promover nazismo, partido anti-imigrantes se reúne e gera protestos na Alemanha
Entidades judaicas, islâmicas e de direitos humanos se manifestaram
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Entidades judaicas, islâmicas e de direitos humanos se manifestaram
O partido Alternativa para a Alemanha, legenda de extrema-direita anti-euro e anti-imigração, apresentou em seu congresso um programa anti-islã, no qual afirma que muçulmanos “não fazem parte da Alemanha”.
O partido fez reunião em Stuttgart, sul da Alemanha, durante o último domingo (1º). O debate foi marcado pela postura anti-muçulmana, religião professada por 5% da população alemã.
Ernst-August Roettger, delegado na cidade de Lüneburg, declara que o programa do partido é contrário à Constituição alemã. Segundo ele, é preciso fazer uma distinção entre os muçulmanos comuns e os radicais. Também disse que é necessário os alemães “iniciarem um diálogo com as suas comunidades muçulmanas locais”.
“O nosso programa é a estrada para uma Alemanha diferente”, afirmou o porta-voz e co-presidente do partido, Jörg Meuthen. Sobre as pesquisas que apontam o partido com 13% de intenções de votos para o Parlamento nas eleições de 2017, tornando-o a terceira força política do país, ele afirma ser “apenas o começo”.
Protestos
Centenas de pessoas se reuniram em frente ao local onde ocorria o congresso do AfD. O ato foi puxado por grupos ligados à defesa dos direitos humanos e de minorias, e entre as faixas e cartazes, havia frases como “fora nazistas”. Para muitos militantes e analistas, o AfD é perigoso por trazer de volta à tona o sentimento racista e fundamentalista que culminou no nazismo. Há, inclusive, simpatizantes da ideologia no partido.
Entidades ligadas à comunidade judaica também se manifestaram. “As decisões programáticas da AfD, tomadas neste fim de semana, tornaram cristalina a posição hostil às religiões desse partido”, declara Josef Schuster, presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, em Berlim. Ele ainda afirma que a AfD “deixou o terreno da constitucionalidade”.
“Estamos unidos pela convicção que não podemos deixar crescer o AfD. É um partido que não é apenas racista mas defende políticas de exclusão e divisão social”, diz um dos porta-vozes de um grupo de manifestantes, Dominik Schmeiser.
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