Tunísia procura um terceiro suspeito de ter participado de ataque a museu

Até o momento, as autoridades haviam assegurado a participação de apenas dois homens

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Até o momento, as autoridades haviam assegurado a participação de apenas dois homens

O presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi, afirmou neste domingo que um terceiro autor do atentado contra o museu do Bardo estava sendo procurado, assegurando que ele “não iria longe” e prometendo sanções contra os responsáveis pela segurança falha do museu.

Um dia após as autoridades divulgarem um vídeo em que aparecem os dois principais terroristas no interior do museu, Essebsi evocou a presença de uma terceira pessoa que estaria diretamente envolvida no atentado, que matou 20 turistas estrangeiros e um policial tunisiano.

“Temos certeza de que havia três (…), eles foram identificados e filmados por câmeras de vigilância (…) Dois foram mortos” e o terceiro está foragido, afirmou o presidente à emissora Itélé e à rádio Europa 1.

“De qualquer forma, ele não irá longe”, acrescentou.

Até o momento, as autoridades haviam assegurado a participação de apenas dois homens, identificados como Jabeur Khachnaoui, de 20 anos, e Yassine Laabidi, 27, nos ataques ao museu na capital tunisiana, Sanaa.

Ambos foram mortos pela polícia durante o ataque.

O ministério do Interior anunciou no sábado a expedição de um mandado de prisão contra Ben Maher Mouldi Kaidi, ressaltando se tratar de um “elemento terrorista perigoso (…) procurado por envolvimento na operação terrorista”.

Por enquanto, não se sabe se o terceiro indivíduo citado pelo presidente seria este.

O chefe de Estado também ressaltou neste domingo que uma outra investigação deverá determinar as responsabilidades ligadas às falhas de segurança no museu do Bardo e seus arredores.

“Eu garanto que os responsáveis serão punidos administrativamente”, proclamou.

No vídeo divulgado pelo ministério do Interior no sábado, que apresenta imagens das câmeras de segurança do estabelecimento, dois homens aparecem no momento do ataque, portando Kalashnikovs, um deles com a cabeça coberta por um capuz vermelho e outro com um gorro.

O ministério também divulgou imagens de seus cadáveres. O abdômen de um deles foi marcado com um círculo vermelho para indicar o que poderia ser um cinto de explosivos.

O vídeo termina ao pé de uma escada. Os dois agressores, ainda vivos, cruzam com um homem, que é deixado com vida. Uma breve troca de palavras poderia ter ocorrido entre eles. Neste domingo, a presença e a identidade desta pessoa levantou muitas questões.

O atentado foi o primeiro contra estrangeiros na Tunísia desde 2002. Também é o primeiro reivindicado pelo grupo EI (Estado Islâmico), que atua na Líbia, na Síria e no Iraque e que conta com centenas de tunisianos em suas fileiras.

Estes eventos também revelaram falhas de segurança, tendo em vista que dois jovens armados com fuzis kalashnikov foram capazes de se aproximar do mais prestigioso museu do país, perto do Parlamento.

Na manhã deste domingo, Beji Caid Essebsi foi ao local do ataque, e depositou um buquê de flores em homenagem às vítimas.

Em uma entrevista publicada ontem no site da revista francesa Paris Match, o presidente tunisiano tinha admitido “falhas” na segurança do país.

“Desde o início, os serviços policiais e de inteligência não foram consistentes o suficiente para garantir a segurança do museu”, disse ele.

O Museu do Bardo, o principal do país, será reaberto na terça-feira, segundo seu diretor, Moncef Ben Mussa, que indicou que o local sofreu poucos danos no ataque.

Mussa afirmou, ainda, que sua equipe havia iniciado um trabalho para reforçar a segurança do museu.

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