Suspeito de matar jornalistas durante transmissão ao vivo nos EUA morre em hospital
Vester Lee Flanagan havia atirado em si mesmo quando era perseguido
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Vester Lee Flanagan havia atirado em si mesmo quando era perseguido
Vester Lee Flanagan, suspeito de ter matado a tiros os jornalistas Alison Parker e Adam Ward nos EUA, morreu na tarde desta quarta-feira (26) num hospital, informou o xerife do condado de Franklin, Bill Overton.
“Aproximadamente às 13h30, o suspeito morreu no Hospital Fairfax, no norte da Virgina, como resultado de feridas de bala autoinfligidas”, disse.
O suspeito havia atirado em si mesmo enquanto era perseguido e foi transportado para o hospital em uma ambulância. Ele usava na mídia o nome de Bryce Williams.
A repórter Alison Parker, de 24 anos, e o cinegrafista, Adam Ward, de 27 anos, do canal WDBJ-TV, foram atingidos na cidade de Moneta por volta das 6h45 (no horário local) quando estavam no ar.
Segundo as autoridades, após o ataque, Flanagan fugiu dentro de um Mustang para o aeroporto local. Lá ele mudou para um Chevrolet Sonic que alugou no começo do mês. O xerife pediu a ajuda da polícia estadual, que ficou de alerta. Uma policial na rodovia I-66 avistou o veículo procurado seguindo na direção leste e acionou o esquema para tentar parar o veículo.
Williams acelerou e fugiu. Cerca de um ou dois minutos depois o veículo saiu da estrada e bateu. Quando a polícia chegou até o carro encontrou o suspeito ferido após atirar em si mesmo.
Ataque
Flanagan registrou os disparos e postou o vídeo em sua conta no Twitter.
Ele escreveu também que Alison Parker havia feito comentários racistas e que Adam Ward fez uma reclamação contra ele no setor de recursos humanos do canal.
Também foi ferida no tiroteio a entrevistada Vicki Gardner, integrante da Câmara de Comércio da região. Ela conversava com a repórter no momento do crime. Ela foi atingida nas costas, passou por cirurgia e está em condição estável, segundo disse um porta-voz do hospital. Não havia detalhes sobre seu estado de saúde.
O programa “Entertainment Tonight”, da rede CBS, publicou no Twitter uma nota divulgada pela família da jornalista Alison Parker: “Isso é sem sentido e nossa família está destruída”, afirma o texto, que descreve Parker como “vivaz, ambiciosa, esperta, engajada, hilária, bonita e imensamente talentosa”.
Atirador havia sido demitido
Em transmissão ao vivo sobre a repercussão do assassinato de seus dois funcionários, o gerente geral da emissora WDBJ7, Jeff Marks, esclareceu que Flanagan trabalhou na empresa e foi demitido há dois anos por problemas relacionados à sua raiva no ambiente de trabalho.
“Depois de muitos incidentes em que ele reagiu com muita raiva, nós o demitimos. Ele não aceitou bem [a demissão], nós tivemos que chamar a polícia para escoltá-lo para fora do prédio”, afirmou Marks no ar.
Relato de comentários racistas
Segundo o gerente, o jornalista acionou a Justiça contra funcionários da emissora, que ele acusou de terem sido racistas contra ele. “Ele entrou com uma ação, e fez vários tipos de reclamação. Talvez haja uma sobre Alison [Parker, a repórter que Williams acusou, em seu Twitter, de ter feito comentário racista contra ele, e que foi morta a tiros nesta quarta], eu francamente não me lembro. [Foram reclamações] sobre membros da equipe terem feito comentários racistas, ele é afro-americano.”
Marks continuou, afirmando que a empresa abriu procedimentos sobre as reclamações, mas disse que “nenhuma dessas reclamações foi corroborada”.
Uma reportagem do “Huffington Post” mostra que Flanagan havia entrado com um processo pedindo US$ 25 mil da WDBJ por demissão incorreta, horas extras não pagas, discriminação racial e assédio moral por ser identificado como gay. O processo foi rejeitado pela Justiça por falta de provas.
Documentos adjuntados ao processo indicam que no dia em que Flanagan recebeu o aviso de que seria demitido, ele disse “melhor vocês chamarem a polícia porque eu vou fazer uma confusão grande”. A polícia foi chamada e Ward teria filmado como Flanagan era escoltado para fora da rdação da emissora. Flanagan disse a Ward que “perdesse essa grande barriga” e desligou sua filmadora.
Casa Branca
A Casa Branca afirmou após o crime que o tiroteio foi mais um exemplo de violência armada que “está se tornando comum demais”. O secretário de imprensa da casa Branca, Josh Earnest, disse a jornalistas que o Congresso deveria aprovar uma legislação que tivesse um “impacto tangível na redução da violência por armas no país”.
Perfil dos assassinados
Alison Parker namorava Chris Hurst, que é âncora do mesmo canal de TV em que ela trabalhava. Em seu Twitter, ele escreveu que os dois planejavam se casar.
“Estávamos juntos há quase nove meses. Foram os melhores nove meses das nossas vidas. Queríamos nos casar. Acabamos de celebrar seu aniversário de 24 anos”, disse Chris Hurst. “Ela era a mulher mais radiante que eu já conheci”, completou.
Hurst afirmou que Parker trabalhava diariamente com Adam Ward. “Eles eram uma equipe. Estou com o coração partido pela noiva dele.” Outro jornalista do canal disse que Ward tinha dito recentemente que planejava deixar o jornalismo e fazer outra coisa.
Parker, que é repórter matutina da rede, começou como estagiária. Ela é natural da Virgínia e passou a maior parte de sua vida na cidade de Martinsville.
Kimberly McBroom, a âncora que estava apresentando o jornal durante o ataque ao vivo, disse à CNN que Parker era uma “estrela de rock”. “Você pedia qualquer coisa àquela garota e ela conseguia fazer.”
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