Acordo liberaria recursos a Atenas em troca de reformas econômicas

A Grécia e seus credores internacionais fracassaram nesta quinta-feira (18) em chegar a um acordo que libere recursos a Atenas em troca de reformas econômicas, disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em entrevista à imprensa.

“Infelizmente… houve muito pouco progresso. Não há acordo em vista”, afirmou ele. No entanto, ele também disse que um acordo ainda é possível para evitar um default grego.

Segundo a Reuters, líderes da zona do euro vão se reunir para discutir o impasse das negociações para firmar um acordo que libere recursos à Grécia em troca de reformas econômicas na segunda-feira, às 14h (horário de Brasília), disse uma autoridade da União Europeia.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, que horas antes tinha advertido de que não há “período de carência” para a Grécia se não houver pagamento no final do mês, considerou em sua chegada ao Eurogrupo que se houvesse propostas do lado grego “seria formidável porque nos permitiria trabalhar”.

O diretor-gerente do fundo de resgate da zona do euro, Klaus Regling, explicou que os empréstimos da entidade estão vinculados aos do FMI e que, se a Grécia incorrer em falta de pagamento com essa instituição com sede em Washington, o Mecanismo Europeu de Estabilidade tem a “opção” de pedir antecipadamente as devoluções.

O presidente do Eurogrupo, o titular de Finanças holandês Jeroen Dijsselbloem, afirmou que a Grécia tem que cumprir suas obrigações financeiras com todos os seus credores porque, de outra maneira, “teríamos uma situação séria”.

O ministro Michel Sapin francês defendeu por dialogar, discutir e confrontar se for necessário para avançar rumo a um acordo que, segundo sua opinião, é possível porque “as diferenças não são tão grandes”.

Seu colega eslovaco, Peter Kazimir, opinou que “os gregos devem enfrentar a realidade”, embora “talvez não gostem”, enquanto que o responsável letão, Janis Reirs, disse que “a situação só pode ser salva por um milagre”.

O titular de Economia espanhol, Luis de Guindos, sustentou que “a proposta que as três instituições fizeram é adequada porque a Grécia tem que voltar a crescer”.

Também disse que a questão de uma reestruturação da dívida grega “é uma linha vermelha para muitos países, não somente para a Espanha”, e seu colega luxemburguês, Pierre Gramegna, declarou: “Vemos que tudo está acelerando e isso é bom”.