Premiê grego renunciará ao cargo nesta quinta-feira, diz imprensa

Alexis Tsipras deve fazer discurso na TV para anunciar decisão

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Alexis Tsipras deve fazer discurso na TV para anunciar decisão

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, deve enviar sua renúncia ao presidente do país no final desta quinta-feira (20), abrindo caminho para as eleições antecipadas em 20 de setembro, de acordo com a imprensa internacional.

Espera-se que Tsipras, eleito em janeiro, faça um discurso transmitido pela TV nesta quinta-feira, segundo a Reuters.

Ele deve anunciar as eleições antecipadas daqui um mês, logo após comunicar sua renúncia, diz a Efe.

Ainda segundo a agência, o discurso deve acontecer por volta das 14h (horário de Brasília).

Turbulência política

O líder grego tem enfrentado uma rebelião dentro de seu partido, o Syriza, desde a aprovação do acordo para o terceiro pacote de ajuda financeira ao país.

A antecipação eleitoral tem sido esperada desde a aprovação do resgate, que evidenciou a divisão no partido de Tsipras, culminando em seu enfraqucimento político.

Ao menos 44 parlamentares não apoiaram o governo na votação que aprovou o terceiro resgate à Grécia, no valor de € 86 bilhões.

O novo programa de resgate dependia da aprovação, pelo parlamento grego, de uma série de reformas de austeridade, incluindo o corte de benefícios de aposentadorias e aumento de impostos.

Com o acordo concluído, a Grécia deixou uma zona de alta turbulência financeira e teve suas notas de crédito elevadas por agências de risco, mas entrou em uma dura fase de cortes.

O ministro de Energia da Grécia, Panos Skurletis, afirmou hoje que as eleições antecipadas se transformaram em uma opção necessária porque o Syriza “perdeu poder e, por extensão, o governo e também por uma questão de legitimidade democrática”.

Já o ministro de Defesa e líder do outro partido que forma a coalizão, Gregos Independentes, Panos Kammenos, afirmou que seu partido participará de eleições antecipadas de forma independente, mas prometeu que, após a reunião, continuará trabalhando junto com Tsipras.

Tsipras teve de contar com o apoio da oposição para aprovar o resgate no Parlamento e outro ministro argumentou que eleições seriam uma maneira de conseguir estabilidade política.

As turbulências políticas na Grécia têm alimentado incerteza sobre como o governo vai implementar o acordo de resgate, que exige profundas reformas econômicas e medidas de austeridade rígidas, sem uma maioria viável. 

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