Indonésia afirma que seguirá com execuções e descarta oferta australiana

Entre os dez presos estrangeiros condenados à pena de morte está o brasileiro Rodrigo Gularte

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Entre os dez presos estrangeiros condenados à pena de morte está o brasileiro Rodrigo Gularte

O governo da Indonésia anunciou nesta quinta-feira que prosseguirá com as execuções previstas de dois australianos condenados por tráfico de drogas e de outros detentos estrangeiros, descartando assim uma proposta de troca de presos apresentada pela Austrália.

“De acordo com as ordens do presidente, a pena de morte decidida contra os condenados será aplicada”, afirmou o ministro da Segurança, Tedjo Edhy Purdijatno.

Os australianos Andrew Chan e Myuran Sukurmara, que passaram os últimos anos em uma prisão em Bali, foram condenados em 2006 por dirigir uma rede de tráfico de heroína. Os dois foram levados em carro blindado do aeroporto de Bali para Nusakambangan. As execuções dos australianos aumentaram as tensões diplomáticas entre a Austrália e a Indonésia após repetidos pedidos de clemência terem sido negados pelo governo indonésio.

Entre os dez presos estrangeiros condenados à pena capital está o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos. Ele foi condenado à morte por entrar no país com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf e está preso na Indonésia desde 2004. A família tenta provar às autoridades que ele sofre de esquizofrenia para evitar o fuzilamento, com a transferência para um centro psiquiátrico.

No dia 18 de janeiro, a Indonésia executou o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, um holandês, um vietnamita, um malauiano e um nigeriano. As primeiras execuções no país desde 2013 provocaram uma onda de indignação internacional.

Dezenas de indonésios e estrangeiros de 15 países condenados à pena capital por casos envolvendo entorpecentes estão no corredor da morte na Indonésia, que tem uma das legislações mais severas do mundo em matéria de drogas.

O novo presidente indonésio, Joko Widodo, afirmou pouco depois de chegar ao poder, em outubro, que não concederia nenhum indulto aos condenados à morte por tráfico de drogas. Considera que seu país vive uma situação de estado de urgência em matéria de entorpecentes, que provocam a morte de dezenas de jovens todos os dias.

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