Ferguson vive outra noite tensa com 23 detidos

Desde sábado, a cidade convive com protestos e enfrentamentos entre manifestantes e policiais

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Desde sábado, a cidade convive com protestos e enfrentamentos entre manifestantes e policiais

A cidade de Ferguson, nos Estados Unidos, amanheceu nesta terça-feira de novo em estado de emergência, declarado na noite de ontem após policiais e manifestantes voltarem a se enfrentar na avenida principal do município. Ferguson viveu nesta segunda outra noite tensa com 23 detenções e confrontos entre a polícia e manifestantes, mas sem os graves incidentes que mancharam na noite do domingo os atos para lembrar o aniversário do assassinato do jovem negro Michael Brown por um policial branco.

“No protesto não houve tiroteios, disparos, roubos, saques ou danos à propriedade”, informou a polícia do condado americano de Saint Louis, responsável pela segurança de Ferguson, no comunicado emitido após o fim do protesto por volta de 3h30 de terça-feira do horário local (5h30 de Brasília). A tensão durou cerca de cinco horas na avenida West Florissant, epicentro dos protestos pela morte de Brown e palco esta noite mais uma vez de uma espécie de jogo do rato e o gato entre os agentes e alguns manifestantes.

Os policiais, com equipamento antidistúrbios e veículos armados, começaram a avançar e efetuar as primeiras detenções quando um grupo de 50 pessoas se concentrou no meio da avenida. Os agentes detiveram mais de vinte pessoas e os manifestantes lançaram garrafas de água congelada e outros objetos. A polícia do condado Saint Louis está a cargo da segurança na cidade e substitui os agentes locais, muito questionados, acusados de discriminação e violência contra a população negra.

Esses incidentes mancharam uma jornada de manifestações pacíficas pelo aniversário da morte de Brown, um fato que provocou os piores distúrbios raciais em décadas e abriu um novo capítulo na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. As centenas de pessoas que saíram às ruas em Ferguson desde sábado passado denunciam que um ano é tempo demais para que, segundo eles, nada tenha mudado em uma cidade onde a população negra é majoritária, mas tem pouca representação na segurança pública e em cargos políticos.

 

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