Estado Islâmico diz que muçulmanos que vão para a Europa são pecadores

Declaração foi dada em revista publicada pelos insurgentes

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Declaração foi dada em revista publicada pelos insurgentes

Sírios e libaneses que fogem para a Europa estão cometendo pecado ao expor seus filhos ao ateísmo, drogas, álcool e permissividade sexual, de acordo com uma revista publicada por insurgentes do Estado Islâmico.

Centenas de milhares de pessoas fugiram de guerras no Oriente Médio este ano, boa parte delas de áreas ocupadas ou sob ameaça dos militantes do Estado Islâmico. Muitos cruzaram o Mediterrâneo para a Europa em barcos frágeis que, por vezes, afundaram, matando centenas de pessoas, em uma das maiores ondas de imigração desde a Segunda Guerra Mundial.

A maioria dos refugiados vem da Síria, Iraque e Líbia, Estados devastados por conflitos frequentemente envolvendo o Estado Islâmico.

“Infelizmente, alguns sírios e libaneses estão dispostos a arriscar as vidas e almas de seus filhos …, sacrificando muitos deles durante a viagem perigosa para as terras dos cruzados fazedores de guerra, governados pelas leis do ateísmo e da indecência”, assinalou a revista Dabiq, do Estado Islâmico.

Para reforçar o alerta, a revista utilizou a imagem de Aylan Kurdi, o menino sírio que morreu afogado em uma praia turca. A imagem do corpo de Aylan, de apenas 3 anos, fotografado em uma praia da Turquia depois que sua embarcação naufragou em uma tentativa de chegar à Grécia, provocou uma forte comoção no mundo.

Segundo a publicação, a maioria das famílias que fogem para a Europa vem de áreas sob controle do presidente sírio, Bashar al-Assad, ou de áreas curdas que haviam lutado contra o Estado Islâmico.

A revista do Estado Islâmico, que controla um território no Iraque e na Síria onde vivem cerca de 10 milhões de pessoas, disse que aqueles que deixam seus domínios estavam cometendo um “pecado maior”.

“Precisam saber que sair voluntariamente da Darul-Islam (terras do islã) para a Darul-kufr (terra de descrentes) é um grande pecado perigoso, pois é uma passagem para a kufr (descrença) e um portão em direção a que os filhos e netos abandonem o islã pelo cristianismo, ateísmo, ou o liberalismo “, disse.

A Dabiq acrescentou que a migração para terras cristãs expõe filhos e netos à “ameaça constante da prostituição, sodomia, drogas e álcool”.