Tomislav Salopek, 31, foi sequestrado em 22 de julho no Cairo

O grupo EI (Estado Islâmico) anunciou nesta quarta-feira (12) que decapitou o croata sequestrado no Egito há três semanas e publicou uma suposta foto do corpo em várias contas jihadistas no Twitter, afirmou a agência France Presse.

Pai de duas crianças, Tomislav Salopek, de 31 anos, trabalhava para uma empresa francesa de exploração do subsolo e foi sequestrado em 22 de julho por homens armados em uma estrada ao sudoeste do Cairo.

O serviço de monitoramento Site também deu a informação e afirma que a foto foi distribuída pelo Twitter nesta quarta-feira (12), noticiou a Reuters.

A foto, cuja autenticidade ainda não foi verificada, mostra o corpo de um jovem decapitado, ao lado de uma bandeira do Estado Islâmico e de um punhal e com a legenda: “Execução do prisioneiro da Croácia – que participou na guerra contra o Estado Islâmico – depois do fim do prazo”.

O braço egípcio do EI havia ameaçado na sexta-feira matar o refém em 48 horas se o governo do Egito não libertasse as “mulheres muçulmanas” detidas no país.

 

Falta confirmação

Segundo a Reuters, o primeiro-ministro croata disse que o governo não podia confirmar “com 100% de certeza” a morte do refém. Em uma entrevista, ele disse a repórteres que as autoridades estão tentando confirmar a autenticidade da fotografia que está circulando na internet.

Um porta-voz do Ministério do Interior do Egito disse: “Vimos essa notícia online, mas estamos no momento conduzindo nossa própria verificação. Se confirmarmos que é mesmo verdade, vamos informar à mídia por meio de um comunicado.”

Uma fonte do ministério das Relações Exteriores citada pela agência de notícias estatal croata HINA disse “não ter confirmação de que o cidadão croata sequestrado Tomislav Salopek tenha sido assassinado”.

 

Vídeo

Se sua morte for confirmada, Salopek será o primeiro estrangeiro sequestrado e assassinado pelos jihadistas no Egito, país que combate o EI na península do Sinai, afirma a France Presse.

Seu sequestro foi um motivo de preocupação para os estrangeiros que trabalham em multinacionais e colocou em xeque o alcance da ação dos jihadistas, apesar da ampla ofensiva militar em andamento contra o Estado Islâmico.

“Era seu último dia de trabalho para a companhia francesa. Voltaria para casa no dia seguinte”, contou seu pai, Zlatko.

Em um vídeo divulgado há uma semana, Salopek aparece ajoelhado aos pés de um homem encapuzado e com um facão na mão.

Enquanto lia o texto em uma folha de papel, o refém dizia que seria executado se o governo egípcio não libertasse “mulheres muçulmanas” detidas.

No vídeo, o refém explica que trabalha para o grupo francês de serviços petroleiros CGG no Egito e que foi sequestrado por combatentes do braço egípcio do EI, autodenominado Wilayat Sina (Província do Sinai), para marcar sua submissão ao “califado” autoproclamado pelo EI em parte do Iraque e da Síria.

Na última quinta-feira (6), o pai do croata implorou pela libertação do filho. “Peço aos que retêm meu filho que permitam seu retorno a sua família, porque a única razão para sua presença em vossa pátria era ganhar o sustento para seus filhos, nada além disso”, disse à AFP Zlatko Salopek em sua residência em Vrpolje, uma pequena cidade do leste da Croácia

O pai do refém pediu às autoridades francesas e ao presidente François Hollande que cooperassem com o Egito visando a libertação de seu filho, que “trabalhava para uma empresa francesa”. A ministra croata das Relações Exteriores, Vesna Pusic, viajou ao Egito para cuidar pessoalmente da situação.

Os jihadistas afirmam que o sequestro é uma represália pela repressão sangrenta contra os seguidores do ex-presidente islâmico Mohamed Mursi, destituído pelo Exército em 2013 e substituído pelo general Abdel Fattah al Sissi.