Militantes do Al-Shabab tem realizado ataques fora da Somália há pelo menos cinco anos

Dois anos depois do ataque a um shopping center de Nairóbi que deixou 67 mortos, o grupo extremista islâmico Al-Shabab volta a realizar um atentado no Quênia.

Nesta quinta-feira, militantes invadiram uma universidade na cidade de Garissa, próxima à fronteira com a Somália, matando a tiros pelo menos 70 pessoas e fazendo outras dezenas de estudantes reféns, segundo autoridades.

Há relatos de que cerca de 79 pessoas tenham se ferido durante a invasão da universidade, e militantes ainda mantinham reféns em seu poder na tarde desta quinta.

Trata-se de mais um episódio de retaliação do Al-Shabab contra as autoridades quenianas. O grupo extremista tem como base a Somália e repudiou a decisão de Nairóbi de enviar tropas para o país vizinho há quatro anos, como parte de um esforço internacional para reprimir as atividades extremistas.

Considerado organização terrorista por autoridades dos EUA e da Grã-Bretanha, o Al-Shabab quer criar um Estado islâmico na Somália, país há décadas marcado pela instabilidade política e pela falência do governo central – de 1991 a 2012, por exemplo, o país ficou sem governo formal.

O Al-Shabab, que tem elos com a rede al-Qaeda, vem promovendo ataques contra o Quênia desde 2011, quando tropas quenianas entraram no sul da Somália para combater os militantes do grupo.

Ele chegou a controlar boa parte da Somália, mas foi expulso das principais cidades que dominava no sul e no centro do país, inclusive a capital, Mogadíscio.

Ainda assim, o grupo permanece sendo uma ameaça.