Segundo Patrícia, o clima está “muito tenso” na cidade.

No momento em que a França enfrenta ataques sem precedentes, a brasileira Patrícia Bressan, de 35 anos, diz temer que os atentados se multipliquem.

“Queria saber se esse ataque em Vincennes está realmente ligado ao caso da revista -o que significaria que todos os suspeitos estão cercados pela polícia- ou se são casos isolados, se mais pessoas vão aproveitar para fazer outros ataques. Se fosse o primeiro caso ficaria mais tranquila, mas meu medo é que seja o segundo”, disse ela à BBC Brasil.

Segundo Patrícia, o clima está “muito tenso” na cidade. Ela disse que viu diversos carros de polícia passando após o ataque ao mercado. Mas, desde quarta-feira, segundo ela, o policiamento ostensivo já era visto na região.

Brasileira diz que tem medo de sair de casa

A brasileira diz que seus amigos agora evitam deixar suas casas por medo de atentados.

“Eu trabalho há cinco minutos de casa e vou a pé, mas sempre existe a tensão de ocorrer algo na rua, ter alguma perseguição.”

Ela trabalha como secretária e conta que, desde quinta-feira, recebeu instruções para aumentar os controles de segurança e tornar mais rígido os procedimentos para acesso de qualquer pessoa ao escritório.

“Você não fica tranquilo para andar na rua, para ir ou voltar do trabalho. Estamos com medo, o clima está muito tenso”, conta a brasileira.

Moradora de há sete anos, Patrícia vive e trabalha perto de Port de Vincennes, onde, nesta sexta-feira, um homem armado invadiu um mercado judaico e fez reféns.

Enquanto isso, na cidade de Dammartin-en-Goele, ao norte de Paris, os irmãos Cherif e Said Koauchi, suspeitos da morte de 12 pessoas no ataque à revista Charlie Hebdo, se refugiaram em uma gráfica de Dammartin com um refém.

Explosões foram ouvidas nos dois locais no final da tarde desta sexta-feira.

Há suspeita de que os ataques estejam conectados, mas ainda não há confirmação.