Brasil e EUA vão agilizar entrada de viajante frequente, mas sem cortar visto
Obama e Dilma deram entrevista coletiva após encontro na Casa Branca
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Obama e Dilma deram entrevista coletiva após encontro na Casa Branca
Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e do Brasil, Dilma Rousseff, fizeram um pronunciamento para a imprensa após se reunirem nesta terça-feira (30), no Salão Oval da Casa Branca, quando anunciaram a assinatura de um acordo entre os dois países para facilitar a entrada de “viajantes frequentes” brasileiros no território norte-americano. O ingresso do Brasil no programa Global Entry permite o ingresso nos EUA sem passar pelas filas de imigração em casos específicos. A medida não isenta os brasileiros de requisitarem visto para entrarem em território norte-americano.
A presidente disse ainda que “algumas coisas mudaram” entre o período em que ela cancelou a viagem aos Estados Unidos por conta das denúncias de espionagens, e agora. Segundo ela, o que mudou foi o fato de o presidente ter declarado que não haveria mais atos de intrusão em países amigos. “Se o presidente Obama quiser saber alguma coisa sobre o Brasil, ele pode me ligar”.
Ao citar a crise política no Brasil, Dilma afirmou que o fato de existirem dificuldades, elas não interferem na relação com os EUA, por exemplo. Segundo ela, o que faz um grande país é sua capacidade de superar as dificuldades. A presidente brasileira disse que os EUA superaram a crise de 2008 e 2009, assim como o Brasil irá superar a crise pela qual está passando. “Vamos voltar a crescer e assegurar todas as conquistas que tivemos nos últimos 12 anos. Além disso, vamos fazer com que essas conquistas se multipliquem. Queremos construir um país de classe média”, enfatizou Dilma.
Ao ser perguntado sobre a Petrobras, Obama disse que não comenta casos em andamento. “Não me cabe fazer comentários específicos”, disse. Mas de forma geral, o presidente americano disse que teve oportunidade de trabalhar com Dilma e negócios abertos e elogiou o trabalho da presidente brasileira. Já Dilma defendeu a Petrobras e voltou a dizer que as denúncias envolvem alguns funcionários da estatal. Segundo ela, se forem constatadas irregularidades e comprovadas as denúncias contra os profissionais, as medidas serão tomadas. A presidente ressaltou que a Petrobras é uma empresa forte, que não está sub-judice e está em pleno funcionamento.
Obama defendeu ainda a preservação dos direitos humanos e da parceria comercial com o Brasil. “Desde que assumi, o comércio entre os dois países aumentou em 50%, principalmente na área de ciência e tecnologia”, disse. “Há muito o que fazer juntos”, afirmou, agradecendo à presidente brasileira. “Pretendemos aumentar investimentos em energia em renováveis em 30%. É o triplo para os EUA e o dobro para o Brasil”, disse Obama.
Na área de Direitos Humanos, Obama agradeceu o apoio brasileiro no trabalho junto a Cuba. Segundo o presidente, o encontro marca um progresso na relação entre os países. Ao citar as Olimpíadas, Obama disse que estará torcendo e chegou a dizer que tem uma camisa verde e amarela, mas não pode usar em público. “Mas à noite é muito confortável”, brincou.
Dilma Rousseff disse que no encontro com Obama foram reforçados temas como meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Segundo ela, a recuperação econômica dos EUA é positiva para a economia mundial e certamente a brasileira. “Queremos ampliar e diversificar nossas trocas. Nosso desafio é dobrar esta relação em uma década”, disse.
Dilma ressaltou que os EUA são o principal investidor no Brasil. No ano passado, foram US$ 116 bilhões em investimentos americanos no Brasil e US$ 15,7 bilhões do Brasil nos EUA. “São números que não demonstram a magnitude destes investimentos. Queremos ampliar estes fluxos dado o potencial de nossas economias”, disse.
Após citar assuntos discutidos entre os dois países, como acordos na área de defesa, Dilma disse que o principal tema do encontro está relacionado à preservação ambiental. “A mudança do clima é um dos desafios centrais do século XXI”. Os dois países acordaram a meta de 20% de ampliação das fontes renováveis na matriz energética até 2020. “Queremos chegar ao desmatamento zero até 2030 e uma política clara de reflorestamento. Isso tem a ver com compromissos assumidos no código florestal”, salientou a presidente brasileira.
Dilma também comentou a importância da abertura do relacionamento com Cuba. “É um momento decisivo da relação com a America Latina. É o fim da Guerra Fria e início de um novo patamar com toda a America Latina”.
A presidenta Dilma Rousseff informou, nesta terça-feira (30), após participar de reunião de trabalho com o presidente Barack Obama, que Brasil e Estados Unidos tomaram a decisão conjunta de assegurar a ampliação em 20% de energia renovável na matriz energética até 2030. Os líderes também enfatizaram a importância do Diálogo Estratégico de Energia.
De acordo com ela, essa decisão referente ao clima é “um dos desafios centrais do século 21” e tem a ver com perspectivas de participação do Brasil e dos EUA no acordo global para a redução de emissões de gases de efeito estufa, que deve ser assinado por todos os países que participarão da Conferência Mundial da ONU sobre o Clima (COP 21), que será realizada em Paris, em dezembro próximo. “Para que a gente consiga, de fato, concretizar esse acordo na COP 21”, enfatizou Dilma.
“Saúdo essa decisão pela importância que tem o efeito estufa e o nosso compromisso de manter [a preservação] do meio ambiente a e a redução da temperatura impedindo que ela aumente mais que 2 graus”, acrescentou a presidenta.
Dilma Rousseff lembrou também que Brasil e Estados Unidos são dois países continentais, que têm grandes áreas em que a meta de redução é muito importante. Citou o caso do Brasil, que não apenas reduziu o desmatamento, como também assumiu a meta de chegar ao desmatamento ilegal zero até 2030.
“Queremos virar a página e passarmos a ter uma politica clara de reflorestamento”, disse. E destacou que o Brasil assumiu compromissos próprios com o código florestal.
Dilma acrescentou que uma área essencial para dois presidentes é a colaboração no setor de eficiência energética. “Nós estamos comprometidos com consumos mínimos de energia, estamos comprometidos com equipamentos em prédios eficiente”, afirmou.
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