Cerca de 30 buracos de bala foram contados na janela do café Krudttoenden

Tiros foram disparados neste sábado (14) contra um café em Copenhague, capital da Dinamarca, durante um evento que discutia a liberdade de expressão, matando ao menos um civil e deixando três policiais feridos, segundo a polícia e uma agência de notícias dinamarquesa.

Cerca de 30 buracos de bala foram contados na janela do café Krudttoenden, conhecido na cidade por ser palco de shows de jazz. Policiais declararam à agência Reuters que os suspeitos fugiram em um carro.

Batizado de “Arte, blasfêmia e liberdade de expressão”, o evento foi organizado pelo artista plástico sueco Lars Vilks, 68, alvo de ameaças e tentativas de assassinato desde 2007, quando desenhou o profeta fundador do islamismo, Maomé, como um cachorro.

Segundo uma das organizadoras do debate, Helle Merete Brix, o artista plástico, que estava sob proteção policial, não foi ferido no episódio.

“Considero que isso foi um claro ataque a Lars Vilks”, disse Brix à agência Associated Press, acrescentando ter visto um homem mascarado correndo logo depois dos disparos. Também presente ao evento, o embaixador da França na Dinamarca, François Zimeray, tuitou que sobrevivera ao ataque.

No ano passado, uma mulher da Pensilvânia (EUA) foi condenada a dez anos de prisão por planejar matar Vilks. Em 2010, dois irmãos tentaram queimar a casa do artista no sul da Suécia e foram presos por incêndio criminoso.

‘Charlie hebdo’

O ataque ao café dinamarquês ocorre pouco mais de um mês depois doatentado à redação do jornal satírico “Charlie Hebdo”, em Paris, que deixou 12 mortos no dia 7 de janeiro.

Os irmãos responsáveis pelo ataque, Chérif e Said Kouachi, foram mortos dois dias depois, após serem cercados pela polícia numa gráfica de Dammartin-en-Goële, perto da capital francesa.

Também em 9 de janeiro, Amedy Coulibaly, ligado aos irmãos Kouachi, foi morto depois de fazer reféns em um mercado judaico de Paris. Segundo a polícia, ele assassinou quatro dos reféns.

Lars Vilks é um dos nomes citados em uma lista de “procurados, vivos ou mortos, por crimes contra o islã”, divulgada por uma revista ligada à rede terrorista Al Qaeda em 2013. Essa lista voltou a circular pela internet depois do ataque ao “Charlie Hebdo”.