Um grupo de pesquisa do Projeto Jaguatiricas e biólogos da iniciativa The Wild Source registraram um confronto surpreendente da vida selvagem entre um lobinho e um sapo-cururu, em terras pantaneiras de Miranda, a 200 quilômetros de Campo Grande.
A caçada aconteceu na Fazenda San Francisco Pantanal, na zona rural de Miranda, enquanto o grupo realizada uma focagem noturna, um tipo de observação quando os bichos saem em busca de alimento na escuridão da noite.
“Já ouviram falar em ‘carne de pescoço’? Pois é, o pescoço tem músculo e esse lobinho (Cerdocyon thous) sabe muito bem como usar isso a seu favor”, descreve.
Lobinho versus sapo-cururu
O lobinho utilizava golpes com o pescoço para finalizar a sua caça, entretanto, os sapos-cururus (Rhinella diptycha) não são presas fáceis, pois possuem glândulas de veneno atrás dos olhos e, para se defender, inflam o corpo para dificultar a predação.
Apesar dos mecanismos de defesa, o lobinho usava uma estratégia para jantar o sapo. Com muito cuidado, o canídeo segurou o sapo pela perna, batendo repetidamente com o pescoço e os ombros até neutralizar o anfíbio.
No momento certo, o lobinho virou o sapo de barriga para cima e se alimentou a partir do ventre, logo, evitando as tóxicas glândulas dorsais que poderiam matá-lo.
Objeto de estudo
“No ano seguinte, registramos esse comportamento novamente. Isso sugere que esse pode ser um comportamento aprendido e possivelmente transmitido entre indivíduos. Agora, estamos preparando um manuscrito científico para documentar esses registros e compartilhar essa descoberta com a comunidade acadêmica”.
Confira o vídeo
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