Para quem gosta de coincidências, é um prato cheio: uma casa com uma ‘fachada real', de uma família de sobrenome Real. A jardineira, designada para cuidar diariamente da calçada, quintal e jardim de inverno, também tem ‘Flores no nome'. E depois, coincidência ou sorte, a reportagem do Midiamax chegou no imóvel justamente no momento em que as plantas estavam sendo regadas. Dessa forma, o que era uma simples pauta se tornou um presente para a equipe, que não só conheceu a majestosa frente, como todo o interior e ainda descobriu particularidades de um dos locais que é, sem dúvidas, um dos mais bonitos de

Localizado na rua Boipeva, bairro Carandá Bosque, região nobre da cidade, o imóvel já chama a atenção pelas oito moitas de sumpatiens e beijinho, nome científico das flores nas cores rosa, vermelho, branco e laranja. Em meio à grama verde, as espécies compõem a entrada que possui, ao todo, 22 variedades de plantas, dispostas perto do portão e grades brancas e detalhes em azul e dourado em puro chumbo, trazido direto do Rio Grande do Sul e que pertenceria aos antecedentes da família alemã. 

Proprietária do imóvel é apaixonada por flores desde a infância. Foto: Nathalia Alcântara

“Aqui eu tenho muito cuidado, amor, dedicação e carinho com estas plantas. Todos os dias elas são aguadas. Trabalho nesta casa há 9 anos e, quando cheguei aqui, não sabia plantar nada. E essas sumpatiens são assim: dão flores o ano todo. Aqui na frente ainda tem bico de papagaio, beijinho, tomate, goiabeira, laranjeira e outras plantas”, diz a jardineira Leila Flores, de 45 anos. 

Segundo Flores, o ensinamento da proprietária do imóvel a fez “ter muito gosto” por plantas e ela diz que também cultiva várias espécies na casa dela. “Eu acho lindo esse lugar. Não só eu como um monte de gente, estou até acostumada a ver as pessoas pararem para tirar fotos. É assim o tempo todo. E me sinto privilegiada, porque penso: ‘Isso é porque elas não conhecem lá dentro'. É tudo muito lindo”, comentou. 

Portão e grades foram trazidas do RS, diz família Real. Foto: Nathalia Alcântara

Dona do imóvel também é admiradora de antiguidades

O privilégio, no entanto, deixou de ser dela. Isso porque conhecemos o lugar adentro e agora você, do Midiamax, também vai ter acesso ao local onde uma exímia admiradora de flores e antiguidades, carrega muita sabedoria e histórias. Aos 92 anos, Maria de Lourdes Renck Real convive com o companheiro, Cláudio Martins Real, de 96 anos, além da filha, Cláudia Maria Real, de 67 anos, que reside no imóvel da frente e funcionários.

“Eu brinco com a minha esposa que ela está sempre me esperando no jardim. Ela é bem detalhista, onde está sem flor e vaso, ela fala que fica muito feio e não gosta. Estamos nesta casa há 40 anos e me lembro exatamente do momento em que começamos a morar aqui. Nós morávamos em outro bairro, daí ela viu esse terreno, o da frente também, e disse que iria construir uma casa com muito jardim ao redor. Na época, deixou a arquiteta de lado e desenhou tudo em papel milimetrado”, disse Cláudio.

Cláudio diz que está junto da esposa há 70 anos e ela sempre foi detalhista. Foto: Nathalia Alcântara

Sempre dei rosas para ela, diz esposo

Professor aposentado, ele conta que conheceu Maria de Lourdes em Pelotas (RS). “Nós estamos com 70 anos só de casados. Eu a conheci lá, ela professora, eu professor também. Depois, fui para Porto Alegre com ela e lecionei por décadas lá. Em seguida, passei em um concurso em Campo Grande e vim para cá. Lá no sul ela tinha uma plantação de roseira e eu sempre a presenteei com rosas, azulejos, bules e coisas de antiguidade, que ela gosta bastante”, comentou Real.

Acostumada a ter a casa dos pais quase como um “ponto turístico”, Cláudia fala que assiste, pelas câmeras e também pelo portão, inúmeras pessoas fazendo fotos do jardim, além de despejarem roupas na grama e calçadas para fotos e trazerem modelos para ensaios fotográficos no local. 

Parte externa e interna da casa possui variedade de flores. Foto: Nathalia Alcântara

“Minha gosta de tudo sempre limpo e muito bonito. Ela faz a caminhada diária e vai observando a quadra inteira. Quando não gosta, ela fala mesmo e quando vê a plantação morta, sem cuidado, chama o dono de relaxado sem dó. Eu cresci sabendo das histórias dela, que sempre cuidou das plantas da minha avó, então, é algo que faz parte das nossas gerações”, comentou a empresária. 

Filha traz bules, azulejos e réplicas de presente

Ao viajar para outras cidades, Cláudia diz que sempre procura por azulejos diferentes e bules, com flores e em alto-relevo, já que a mãe faz coleção. Para o pai, é imprescindível trazer o Galo de Barcelos, um dos símbolos de e cuja lenda ele adora contar para os familiares e amigos. 

Parte da coleção de bules que a idosa possui. Foto: Nathalia Alcântara

“Nós sempre fazemos viagens e eu trago para ela. Muitas vezes, nas viagens de família, estivemos em Évora, Portugal, e lá eles adoravam passear e trazer lembranças. Tem alguns espanhóis aqui também. Muita coisa minha mãe mandava trazer também. É uma casa recheada de histórias”, finalizou. 

E, como ficamos encantados, aproveitamos a oportunidade para fazer selfies, além de retratar as imagens e vídeos de cada cantinho do imóvel. Confira logo abaixo: