Com preço nas alturas, consumidores de MS trocam a carne vermelha por outras proteínas
A carne vermelha está cada vez mais escassa no cardápio brasileiro, por isso as pessoas buscam outras alternativas proteicas
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Não é novidade para ninguém que o preço da carne vermelha está registrando aumento significativo desde o ano passado. Cada vez mais a proteína bovina está se tornando escassa no prato da população brasileira e o mesmo está acontece com as pessoas de Mato Grosso do Sul, Estado em que o pilar econômico é voltado à agropecuária. Em meio às restrições, consumidores e empresários não tem outra escolha senão investir em outros tipos de proteína.
É o que aconteceu com uma restaurante especializado em carnes, de Campo Grande. Analisando a demanda dos clientes e a diminuição do consumo, o dono acrescentou ao cardápio uma marmitex em que a proteína principal é o ovo, servido com demais acompanhamentos. Segundo Jhonny, o proprietário do espaço, item é uma opção a mais para quem busca economizar.
Ana Beatriz Vicentini também está deixando a carne vermelha de lado e optando por outros alimentos. Natural de Campo Grande, a jovem de 23 anos se mudou recentemente para São Paulo e percebeu que os preços lá também estão nas alturas. Morando sozinha e pagando várias outras contas domésticas, a carne bovina acabou sendo substituída, principalmente, pela suína.
“O aumento do preço da carne vermelha tem afetado na minha alimentação na diminuição drástica dela no meu cotidiano. Agora eu tive que ir para outras alternativas. Eu compro muita carne de porco, então eu como muito embutidos, o que não é tão bom assim”, explicou Ana.
O frango também entra no cardápio, só que em menor quantidade. Além disso, um dos alimentos que tem ganhado a preferência no paladar da publicitária são os cogumelos, como shimeji, shitake e cogumelo paris.
Preço da carne em Mato Grosso do Sul
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 2020, o preço da carne bovina subiu 59,15% durante o período de um ano em Mato Grosso do Sul. Em novembro de 2019, a média de preços dos cortes bovinos, como patinho, coxão duro e coxão mole, era de R$ 21,79. Em novembro de 2020, o valor subiu para R$ 34,67.
Além do mais, a previsão do departamento é que o preço da proteína se mantenha em alta. A Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) apontou que a primeira quinzena de janeiro de 2021, o preço da arroba registrou alta de 48% e a da vaca superior a 43%. A nota ainda explica que o Estado está com o mercado aquecido para a comercialização externa, enquanto o consumo doméstico se mantém “tímido”.
Mas afinal, como isso afeta no consumidor final? Segundo a BBC, a perspectiva para 2021 é de que os preços da carne do boi continuem em alta no Brasil, como resultado da oferta restrita de gado no país para suprir a grande demanda do exterior, como na China. “Isso num cenário de menor disponibilidade de renda dos brasileiros, com desemprego recorde, avanço da pandemia e fim do auxílio emergencial”, segundo o portal de notícias.
Hong Kong, China e Emirados Árabes Unidos são os principais destinos de produtos pecuários produzidos em Mato Grosso do Sul, conforme o Portal do Agronegócio.
Alternativas além da carne
Frente a essa dificuldade de colocar a carne vermelha no prato, existem outras alternativas para suprir a necessidade de proteína do corpo. Nesse cenário, destaca-se as carnes brancas, como frango e peixe, por exemplo. Mas a fonte de proteína não para por aí, uma vez que existem várias opções de origem vegetal também.
O Midiamax conversou com nutricionista Laura Gonçalves, de 24 anos. Ela tem especialização em Nutrição Esportiva e Nutrição Vegetariana pela Sociedade Vegetariana Brasileira. “Hoje as pessoas que se alimentam muito mais de alimentos vegetal do que animal, conseguem sim ter um aporte proteico e de outros nutrientes. Todos os nutrientes conseguem vir a partir das fontes vegetais”, explicou a nutricionista.
Por isso, se você quer consumir proteína, mas evitar a carne – seja pelo alto preço ou por preferência pessoal – é importante apostar em um cardápio com leguminosas: todos os tipos de feijões, grão de bico, lentilhas, soja, ervilha, amendoim e edamame, por exemplo.
Nesse quadro, também são incluídos os subprodutos de cada um, como pasta de amendoim, tofu, hambúrguer de grão de bico ou lentilha. É possível fazer uma variedade de alimentos com origem vegetal.
Laura também explica que a pessoa que estiver interessada em diminuir o consumo de carne na rotina, é importante a ingestão de proteína vegetal ao longo do dia. No almoço e jantar, momentos em que a carne é mais presente, é ideal aumentar a quantidade de leguminosas no prato para que o organismo tenha a quantidade correta do nutriente.
Outra dica também é variar a preparação desse grupo de alimentos: salgadinho de grão de bico e patê de tofu para o café da manhã, por exemplo. “A gente consegue acrescentar ao longo do dia várias fontes de proteína vegetal e que a gente vai absorver do melhor jeito, que é distribuindo ao longo do dia, e não concentrando essa proteína em uma só refeição”, disse Laura.
Se você se interessou pela nutrição vegetariana, confira como deve ser montado um prato conforme o grupo de alimentos:
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