Era uma tarde de vento frio em Campo Grande, o céu um pouco cinza e nuvens carrancudas. Cheguei pontualmente, às 15h, à casa do nosso grande mestre das , Humberto Espíndola, no bairro Monte Líbano, em Campo Grande. Estava um pouco nervoso pela entrevista (minha primeira com ele!), não queria deixar escapar nenhuma pergunta e ao mesmo tempo sabia o peso que é conversar com esse artista maravilhoso.

Com um sorriso de todos os dentes ele nos recebeu, generosamente abriu as portas de sua casa e nos concedeu uma entrevista inesquecível. Quem fez a trilha sonora do encontro foram as araras e passarinhos que moram lá perto. Se prestar atenção, dá pra escutá-las cantando ao fundo em diversos momentos. Já o cheiro era de café feito na hora, preparado com maestria pelo querido Carlos Marques.

O primeiro dos irmãos Espíndola é um dos maiores nomes das artes, um pioneiro e corajoso artista que, seja com pincéis ou palavras, dá vida e beleza às coisas que toca. Primogênito de uma família de artistas notáveis, cheia de história e que nos enchem de orgulho, nessa entrevista ele conta qual foi sua participação na formação cultural de seus caçulas, além de trazer de volta boas lembranças da infância, adolescência e uma história que me toca muito em especial: o pacto feito entre Aline Figueiredo de nunca sair do Estado e trazer os olhos do mundo para nossa arte. Eles conseguiram!

Música e também fazem parte da matéria, cores, tintas e suas telas históricas também estão presentes. Ícone da bovinocultura, precursor de uma linda parte de nossa história, que nunca deixaremos de exaltar. Salve Humberto Espíndola!