Adaptada na pandemia, a fase final de “Amor de Mãe” está apresentando capítulos inéditos desde o dia 15 de março. Todos esses episódios foram escritos no ano passado, já diante da crise sanitária que abalou o mundo inteiro.

Espanta o caminho que a autora escolheu para encerrar sua obra. Cenas em que a protagonista sofrida e querida Lurdes (Regina Casé) é aterrorizada e impedida de encontrar seu filho repercutiram mal.

Por que Manuela, já vivenciando a pandemia, decidiu oferecer ao telespectador sequências tão angustiantes e pesadas de crueldade? Já não bastava toda a trajetória da nordestina que teve o filho vendido pelo próprio marido?

Quando esses acontecimentos foram escritos, ninguém tinha ao certo uma ideia de quando eles realmente iriam para o ar. Coincidiu, tragicamente, da trama final e um tanto macabra bolada por Manuela Dias ter sua transmissão enquanto a pandemia se agravou, toda a situação do país piorou e números de recordes de mortes são superados todos os dias.

O brasileiro, em questão, vive um momento de sofrimento, de desespero, de angústia por perder entes queridos, conhecidos amados, por não saber se vai ter como pagar os boletos no próximo mês… entre tantas outras mazelas provocadas pela crise do .

À noite, durante o descanso, na hora de relaxar e se entreter, a das nove inédita mostra uma mãe que teve seu filho vendido, passou anos a sua procura, e agora quando descobre quem ele é e onde está, acaba sequestrada, presa, torturada e enganada pela mãe adotiva obsessiva do rapaz.

As cenas desta quinta (25) foram absolutamente agonizantes. Não é o rumo da novela que está em questão, mas sim o que foi preparado dentro da pandemia para o telespectador consumir ainda nessa mesma pandemia (embora não se soubesse com certeza se isso aconteceria).

E não para por aí! Ultrapassando a loucura, Thelma (Adriana Esteves) vai manter Lurdes em cárcere privado, algemada e enjaulada como um animal. Tem mesmo necessidade? O intuito era chocar, provocar dor, fazer o público se compadecer?

Pesando na crueldade, a novela apresentou uma leve queda na em um capítulo de extrema importância. Com telespectadores em casa pelo aumento das restrições, “Amor de Mãe” marcou 32 pontos no episódio de quinta (25), mas estava consolidando entre 34 e 35 pontos desde seu retorno.

É claro que o folhetim vai terminar com uma mensagem de esperança e superação, mas por enquanto, quando o brasileiro se vê numa crise sem saída, proporcionar acontecimentos pesados e sofridos está sendo uma tremenda coincidência infeliz.

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