Série será no Multishow

 

 

Casseta & Planeta voltam ao ar zoando suposto ostracismo após saída da TVOs cassetas não morreram nem estão na Record: estreiam nesta segunda (17) uma nova série de no Multishow. Em “Procurando Casseta & Planeta”, o grupo volta três anos depois de sua última temporada na Globo ironizando o período em que estiveram fora do ar.

“Tá todo mundo na pior, na pindaíba. Como, aliás, a maior parte do povo brasileiro: 12 milhões de desempregados”, conta Hubert, que na ficção agencia subcelebridades bizarras. Na vida, continua escrevendo e produzindo humor, como todos da trupe.

Em “Procurando Casseta & Planeta”, Claudio Manoel assume a persona do marombeiro Maçaranduba, que comanda uma loja de suplementos. É, então, procurado por documentaristas estrangeiros interessados em contar a história deles, um dos principais grupos de humor no país.

Em depoimento fictício ao seriado, Boni, ex-diretor da Globo que colocou a emissora de pé, diz: “O humor na TV se divide entre antes e depois do ‘Casseta'. Antes, Chico Anysio era melhor. Depois, o Porta dos Fundos é melhor”. “Nunca diria isso na vida real”, afirma Boni à Folha. Ele vê quatro momentos fundamentais do humor na TV:”Chico Anysio Show”, “Faça Humor Não Faça a Guerra”/”Viva o Gordo”, “TV Pirata” e “Casseta & Planeta”. “O quarto e último foi a transformação dos autores (então roteiristas e escritores) em interpretes.”

No auge, o grupo encabeçava listas de best-sellers, liderava a audiência nas noites de terça, transformava em taxista o então presidente do Banco Central, Armínio Fraga –ele participou do humorístico em 2003–, e causava neuras nas estrelas da Globo.

Claudio Manoel conta que um famoso galã, que não aparenta ter problemas oftalmológicos, consultou diversos médicos porque encafifou que era estrábico ao ver Hubert imitá-lo, vesgo, na paródia de uma novela das oito –o comediante inventou o estrabismo de última hora.

O criador de Seu Creysson “agarante” que Benedito Ruy Barbosa cismou com “Semelhança”, paródia de “Esperança” (2002) que ironizava o fato de a novela ser parecida com o fenômeno “Terra Nostra” (1999), do mesmo autor. Um pedido do novelista à direção, diz Manoel, teria impedido os cassetas de levar a brincadeira adiante. Benedito diz não se lembrar daquela época: “Pode ser que não tenha gostado, mas sem rancor.Não creio que tenha feito esse pedido”.