Espetáculo gratuito ‘Dores do Mundo’ fala das mazelas da sociedade através de bufões

Estreia no próximo sábado (13) o espetáculo gratuito ‘Dores do Mundo’, com intuito de retratar histórias e mazelas de dois moradores de rua que lutam para sobreviver em uma sociedade profundamente doente. Para isso, eles exploram as linguagens da bufonaria para promover reflexões sobre as injustiças sociais. A estreia da peça acontece também no dia […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Estreia no próximo sábado (13) o espetáculo gratuito ‘Dores do Mundo’, com intuito de retratar histórias e mazelas de dois moradores de rua que lutam para sobreviver em uma sociedade profundamente doente. Para isso, eles exploram as linguagens da bufonaria para promover reflexões sobre as injustiças sociais. A estreia da peça acontece também no dia 15 de julho. As duas acontecem na Praça dos Imigrantes a partir das 19h e são abertas ao público.

O espetáculo é dirigido por Joice Aglae, que fundou a Cia Buffa de Teatro, onde é atriz e diretora e desenvolve pesquisa e trabalhos com a linguagem do bufão. A proposta do projeto nasceu após o encontro da atriz campo-grandense Tauanne Gazoso Lacerda com Joice, na Cia. Buffa de Teatro, Salvador, em setembro de 2017.

“O propósito é de chamar a tenção. O nosso mundo está bem doente no sentido mais penoso da palavra. O ser humano não se importa mais com o ser humano, com a natureza, com o que movimenta realmente as energias do planeta. A intenção é chamar a observar que estamos em um lugar que estamos destruindo por destruir o que compõem esse mundo”, afirmou Joice em entrevista ao Jornal Midiamax.

Espetáculo gratuito 'Dores do Mundo' fala das mazelas da sociedade através de bufões
(Foto: Catia Santos)

A atriz e diretora também falou sobre a escolha de um espaço público como palco ter sido feita por a rua ser o reino absoluto do bufão em sua liberdade, no seu espaço, e que a intenção também é levar as críticas debatidas de modo aberto e que sejam compartilhadas.

“Essas dores compartilhadas talvez chamem a atenção de maneira mais eficaz por atingir o público que passa por não ter a necessidade de ir ao teatro. Quando alguém vai ao teatro já está predisposto a ir até essa linguagem, no momento que a encontra na rua, ela se torna uma ferramenta para a cultura”, reiterou Joice Aglae.

Inclusão

A bufonaria é uma linguagem que muito potente, que tomo todo o corpo do ator, habitando seu universo e se comunica com a paródia, riso, humor, loucura, metáfora entre outras linguagens. A inspiração é o momento social atual.

“A bafonaria trabalha com a denúncia de revelar o que está por trás de uma casca que normalmente não se percebe. Na peça trabalhamos com o bufão urbano, mais próximo da cidade. A própria formação do bufão não denuncia de forma panfletaria, ele trabalha com o riso, a chacota, a zombaria, a ironia, o sarcasmo, o riso da loucura. Então, faz essa denúncia por outros meios não usuais, não políticos na forma, mas no conteúdo com outras linguagens que o assessoram” descreve Joice.

Espetáculo gratuito 'Dores do Mundo' fala das mazelas da sociedade através de bufões
(Foto: Catia Santos)

Para Jorge, que atua nas artes cênicas há quase 40 anos, dar visibilidade a essas questões é extremamente importante. “Existem poucos artistas com deficiência nas artes cênicas e no quadro geral das artes. Acredito que a proposta e os resultados serão importantes no contexto artístico da nossa região e também para fortalecer as possibilidades de inclusão das diversidades pela arte”, avalia.

“A gente não percebe se o cadeirante ou portador de alguma necessidade é invisível na sociedade, imagina no espaço de rua, as dificuldades que ele enfrenta. As dores são outras. É necessário dar voz também”, reafirmou a diretora.

Espetáculo gratuito 'Dores do Mundo' fala das mazelas da sociedade através de bufões
(Foto: Catia Santos)

Serviço

“Dores do Mundo” é uma produção da Cia. Transborda de Artes Cênicas, com dramaturgia e direção de Joice Aglae, adaptação do texto por Tauanne Gazoso Lacerda e conta com Tauanne e Jorge de Barros no elenco. A trilha sonora é de Ewerton Goulart, fotos de Catia Santos e arte visual de Giu Beto.

A peça será apresentada nos dias, 13 e 15 de julho, na Praça dos Imigrantes, que fica na Rui Barbosa, esquina com a rua 26 de Agosto, Centro. As apresentações são abertas ao público.

Conteúdos relacionados

barbixas, improvável
grupo casa
Festival Boca de Cena