O professor universitário e músico campo-grandense Volmir Cardoso lança no , Youtube e outras plataformas digitais a música “Eu vi a morte (sobre pandemia e outros males)”. Do gênero folk music, a produção busca trazer a reflexão para a mudança nas relações sociais na pandemia. A canção foi composta, produzida e gravada em casa, devido ao e faz parte do projeto ‘Os Fazendeiros do Ar'.

A letra traz uma reflexão sobre o modo como a pandemia tem afetado as relações sociais, em tempos marcados pelo ódio e a descrença na razão científica. Volmir Cardoso é professor de literatura na UEMS e, embora não atue profissionalmente como músico, desenvolve composições autorais há pelo menos dez anos, vinculadas ao gênero folk rock, buscando articular e crítica social, a partir de influências como Bob Dylan, Simon & Garfunkel, Bruce Springsteen, Leon Gieco, Belchior, Renato Teixeira, Geraldo Roca e outros.

Além das inspirações musicais, pesam também as influências da literatura, como Carlos Drummond de Andrade, cujo poema “O fazendeiro do Ar” inspirou o projeto. Sobre o single “Eu vi a morte”, Volmir explica: “foi uma canção que escrevi entre junho e julho deste ano, momento em que muita gente já tinha morrido por conta da pandemia. O momento político difícil, o retorno de discursos antidemocráticos e irracionais, a superficialidade dos contatos virtuais, mesclaram-se com a questão da doença e eu quis falar de tudo isso compondo essa letra”.

Professor campo-grandense lança projeto Folk autoral sobre a pandemia
(Divulgação, Os Fazendeiros do Ar)

A canção, prevista para ser gravada em estúdio, foi registrada com equipamentos simples no escritório da casa do professor, contando com a produção à distância do músico Pedro Fattori e a inserção de violino de Mateus Ortiz. Há ainda um videoclipe no Youtube, em que o autor traz imagens do pintor espanhol Francisco de Goya e da Grande Depressão norte-americana para dialogar com a canção.

Passando o período de distanciamento social, Volmir Cardoso espera que o projeto possa ganhar vida nas ruas e em apresentações de cunho político-musical, conectando-se com movimentos sociais, estudantes e amantes da música folk. “Há pelo menos umas doze canções autorais que ainda estão engavetadas e que serão levadas pro estúdio e pras ruas assim que a pandemia der uma trégua”, ressalta.

É possível acompanhar as postagens do projeto no Facebook e ouvir a canção lançada no Spotify e Youtube. Confira a música abaixo: