Artistas de MS recebem títulos de Doutor Honoris Causa na SBPC
Os artistas Almir Sater, Humberto Espíndola e Isaac de Oliveira receberam da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul o Título de Doutor Honoris Causa durante a última segunda-feira (22). A cerimônia tomou parte no Teatro Glauce Rocha e a participação foi aberta aos participantes da 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso […]
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Os artistas Almir Sater, Humberto Espíndola e Isaac de Oliveira receberam da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul o Título de Doutor Honoris Causa durante a última segunda-feira (22). A cerimônia tomou parte no Teatro Glauce Rocha e a participação foi aberta aos participantes da 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
A homenagem foi entregue aos artistas por sua contribuição à música nacional e regional e dedicação à produção artística relevante para a constituição da cultura sul-mato-grossense, com destaque no cenário internacional.
Honoris causa é uma expressão em latim e usada atualmente como um título honorífico, que significa literalmente “por causa de honra”. Normalmente, honoris causa é utilizada quando uma universidade deseja conceder um título de honra para uma personalidade de grande destaque ou importância por seu trabalho, e que tenha se destacado ou exercido grande influência em determinadas áreas, como nas artes, na literatura, na política ou promovendo a paz.
Almir Sater
O campo-grandense Almir Eduardo Melke Sater é o primogênito de Fuad e Nair, irmão de Giselle, Sybelle e Rodrigo. Casado com Ana Paula e pai de Gabriel, Bento e Ian. Desde criança se interessava por música, gostava de ouvir os discos de 78 rotações do avô Ibrahim e participar das festas árabes da família. Chegou a estudar piano e acordeon, mas o gosto pelo violão foi mais forte. Começou a tocar quando cursava o terceiro científico no Rio de Janeiro (RJ). Lá pediu aulas para Paulo Simões que, após três encontros, encerrou as aulas e começaram a tocar juntos. Cursou Direito, conheceu a viola de perto, formou a dupla Lupe e Lampião, participou do Festival da Record e deixou a faculdade para se dedicar mais à música. Retornou a Campo Grande em 1976, foi aprovado e cursou pouco mais de um ano de Educação Física na UFMS, até mudar-se novamente, agora para São Paulo, em 1978.
Acompanhou o grupo Tetê e O Lírio Selvagem e integrou o show “Vozes e Violas”, onde foi convidado a gravar o primeiro disco de sua carreira, “Almir Sater”, em 1981. Na discografia traz também os álbuns “Doma”; “Prata da Casa”, primeiro disco coletivo gravado em MS produzido pela UFMS; “Almir Sater instrumental”; “Cria”; “Rasta Bonito”, “Instrumental II”, “Almir Sater ao vivo”; “Terra de Sonhos”; “Caminhos Me Levem”; “7 Sinais”; e “AR”, com Renato Teixeira. Com este último álbum recebeu em 2016 os prêmios de melhor dupla regional na 27ª edição do Prêmio da Música Brasileira e de Melhor Álbum de Raízes em Língua Portuguesa no 17º Grammy Latino. Em 2018, os dois se reuniram novamente para lançar o disco “+AR” e ganharam de novo o Grammy Latino na mesma categoria.
Além do Festival MPB Shell, teve canções na trilha da novela “Pantanal” e como tema do Globo Rural. Integrou o projeto “Comitiva Esperança”, com Paulo Simões e Zé Gomes. Participou também dos curtas-metragens “As Bellas de Billings” e “Caramujo Flor”, sobre o universo poético de Manoel de Barros; atuou nas novelas “Pantanal”, “Rei do Gado”, “Bicho do Mato” e protagonizou “A História de Ana Raio e Zé Trovão”. Participou da gravação do DVD “Emoções Sertanejas”, em homenagem aos 50 anos de carreira de Roberto Carlos.
Humberto Espíndola
Artista plástico, animador cultural e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), Humberto Augusto Miranda Espínola tem ateliê em Cuiabá e Campo Grande, onde reside. Cria e desenvolve o tema Bovinocultura desde 1967. Primogênito de Alba Miranda Espíndola e Francisco Espíndola Neto, é irmão de Valquíria Patrícia, enfermeira aposentada, e de Aécio Sergio, Geraldo Cristovão, Marcelo Ricardo, Terezinha Maria, Alzira Maria e Marco Jerônimo Miranda Espíndola, músicos conhecidos como Sergio, Geraldo, Celito, Tetê, Alzira e Jerry Espíndola, respectivamente.
Bacharel em Jornalismo pela Universidade Católica do Paraná, começou a pintar motivado pelas aulas de História da Arte. Participou da I Exposição de Pinturas dos Artistas Mato-grossenses; fundou, junto a amigos, a Associação Mato-grossense de Artes, da qual foi diretor técnico. Entre diversas participações em exposições e mostras estão: XVII Salão Nacional de Arte Moderna e convidado no VII Salão Nacional de Artes Plásticas. Entre as premiações estão: indicação à VI Bienal de Paris; Isenção de júri no XVIII Salão Nacional de Arte Moderna; Prêmio Aquisição na III Exposição Jovem Arte Contemporânea, da USP; Prêmio Bolsa de Estudo no Exterior (extrarregulamentar) na XI Bienal Internacional de São Paulo; Prêmio Melhor do Ano em Pintura pela Associação Paulista de Críticos de Arte, I Bienal Latino-americana de São Paulo e I Bienal Ibero-americana de Pintura do México; e Prêmio Gonzaga Duque da ABCA. Representou o Brasil na XXXVI Bienal de Veneza (Itália) e III Bienal de Arte Coltejer, Medellin (Colômbia); participou da Bienal de Havana, Cuba; Bienal Internacional de Cuenca, Equador; de coletivas de brasileiros na América do Sul, na Venezuela, Chile e Bolívia; e de coletivas de artistas internacionais em Nova Iorque (EUA).
É cofundador e foi diretor do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT; foi gestor artístico do Museu de Arte Contemporânea de MS; recebeu o título de Cidadão Benemérito de Campo Grande; e foi o primeiro Secretário de Cultura de MS. Autor do Marco da Cabeça de boi e do painel Memórias de MS, em Campo Grande; mural externo Bovinocultura – Pavilhão, em Corumbá, monumento Bovinocultura – O Carro-chefe, em Cuiabá e Marco Comemorativo do Centenário da Imigração Japonesa, em Três Lagoas. Suas obras integram diversos acervos no Brasil, Alemanha, México, Cuba e Inglaterra. Autor do livro Pintura e verso e coorganizador da obra MACP.
Isaac de Oliveira
O artista plástico José Isaac de Oliveira é natural de Itajuípe (BA) mas passou a infância, adolescência e juventude em Campinas (SP). Casou-se muito jovem com Claudete, com quem teve dois filhos, Paola Cardenas de Oliveira e Cauê Cardenas de Oliveira. Após sete anos de casamento ficou viúvo e em 1984 casou-se novamente, com Selma Rodrigues (Secéu). Do filho Cauê veio o neto Gregório. Isaac teve longa atuação na publicidade como ilustrador e a partir de 2016 passou a dedicar-se exclusivamente à pintura.
Estudou Belas Artes na Escola de Campinas de Belas Artes, sem finalizar o curso. Mudou-se para a capital São Paulo, atuou como publicitário e, paralelamente conheceu e conviveu com artistas do cenário paulista em ambientes culturais da época. A Arturo Molina atribui a aquisição de grande conhecimento artístico sobre o mundo das artes e suas técnicas, grandes murais, tapeçaria pintada, técnicas a óleo e História da Arte e cultura.
Veio para Campo Grande em 1978 a convite de Chico Lacerda, para fundar uma agência de publicidade. Aqui passou a se dedicar mais à pintura e comercializar seus quadros profissionalmente. Participou da efervescência artístico cultural do estado recém criado, com grupos e movimentos em busca da identidade cultural sul-mato-grossense e exposições e salões em diversas cidades.
A influência regional se torna evidente a partir da década de 80 quando o artista se volta a uma série de pinturas de índios e animais da região e posteriormente índios do Brasil. Na década de 90 Isaac começa a pintar pássaros do cerrado, quase abstratos. Utiliza-se de fotografias para registro, a partir das quais, por meio da observação da profundidade, cores e nuances das paisagens ao fundo das imagens, transfere à pintura por movimentos gestuais.
Por gostar muito de pescar no Pantanal, passa a pintar também peixes, em seguida fauna e flora e, posteriormente, frutas e verduras, tudo a partir da observação direta. O artista conta que este foi um período de intensas buscas por técnicas, formas e materiais de qualidade que dessem conta de expressar as cores e estilo próprio que procurava. Entre outras homenagens, teve um quadro premiado como aquisição no III Salão de Artes Plásticas MS. Em 2013 abriu uma galeria e escritório de Arte, uma tendência dos artistas contemporâneos, advindo da necessidade de espaço para expor e vender suas obras.
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