Irmão mais novo de Luciano Huck fala sobre “sair do armário” e orgulho LGBT

O cineasta Fernando Grostein Andrade, de 38 anos e meio-irmão do apresentador Luciano Huck, decidiu compartilhar com seus seguidores nas redes sociais na última segunda-feira (10) um desabafo sobre a importância do mês do Orgulho LGBTQ. O jovem, em outro momento, apresentou seu namorado e ressaltou: “Fora do armário. Orgulho”! No instagram, Fernando comemorou a Gay […]

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O cineasta Fernando Grostein Andrade, de 38 anos e meio-irmão do apresentador Luciano Huck, decidiu compartilhar com seus seguidores nas redes sociais na última segunda-feira (10) um desabafo sobre a importância do mês do Orgulho LGBTQ. O jovem, em outro momento, apresentou seu namorado e ressaltou: “Fora do armário. Orgulho”!

No instagram, Fernando comemorou a Gay Pride de Los Angeles no Estados Unidos e falou sobre a importância das Paradas em todo o mundo: “Hoje é dia da parada LGBT aqui em Los Angeles, mês do pride. Por que é importante? Quando eu era estudante ouvia piadas contra nos LGBTQs em todas escolas onde estudei. Vera Cruz, Santa Cruz e também na FGV onde me formei. Não eram todos, mas eram muitos alunos e até alguns ‘professores’”, lamentou o cineasta sobre como é ruim o preconceito na fase escolar, quando a criança não entende o que está acontecendo e nem como se defender.

(Portugues e Ingles) Today is the LGBTQ parade here in Los Angeles, as is Pride Month. Why is it so important? When I was growing up, I constantly heard LGBTQ jokes in all the schools I attended. Vera Cruz, Santa Cruz and also at FGV where I got my degree. It wasn’t all students but many, including some “teachers”. When I started working in advertisement as a Director, I remember adult men passing around a note in a meeting saying “the director is a faggot”. I was fired before shooting a beer & soccer comercial after the clients heard my “effeminate” voice in a meeting. Years after, I came out on the internet, newspapers and Television, exactly because we should not and can not silence our voices, we need to take a position. I received messages, some public, others anonymous thanking my position and supporting my stance. On the other hand, I also received threats of violence, that I should be beaten to death. Taking into account that I am a white, privileged, cis-male, I imagine how much of those that did not have these shields, suffer. I once interviewed a huge banker that said privilege should be exerted with responsibility. That is why I will continue to raise the LGBTQ flag with pride and confidence. The Pride Parade is not about partying and “having a good time”. The Pride Parade is our means of exerting our voices. It is to show: we are here, we are strong, we will not stand back; we will prevail. For countless years, the Catholic church has promoted a bloody persecution against us people, using the words of Paul of Tarsus, St. Paul, that has institutionalized homophobia in politics, education and sports. With the advance of promoters and instigators of hate, I leave clear our position: we are many and we will not bow down. Hoje é dia da parada LGBT aqui em los angeles, mês do pride. Por que é importante? Quando eu era estudante ouvia piadas contra nos LGBTQs em todas escolas onde estudei. Vera Cruz, Santa Cruz e tambem na FGV onde me formei. Não eram todos, mas eram muitos alunos e até alguns “professores”. Na época em que dirigia publicidade, lembro de uma reunião numa (cont nos comentários) #pride #justunite @lapride

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Fernando continuou e relembrou outros casos de homofobia pelo qual já passou: “Na época em que dirigia publicidade, lembro de uma reunião numa grande agência onde a diversão de alguns publicitários foi passar um bilhete falando: “o diretor é viado”. Em outra, me demitiram de comercial de cerveja com o tema futebol depois de escutar minha voz e me acharem muito delicado na reunião. Anos depois me assumi aqui na Internet, nos jornais e na TV, justamente por acreditar que não devemos e não podemos mais nos calar e precisamos nos posicionar”, enfatizou.

O irmão de Luciano Huck ainda contou que recebeu ameaças de morte quando assumiu sua sexualidade: “Recebi mensagens publicas e anônimas de apoio, mas também outras dizendo que deveria apanhar ate a morte. Levando em conta que sou branco e nasci cheio de privilégios, imagino o quanto aqueles que não tiveram os escudos que eu tenho sofrem. Uma vez entrevistei um grande banqueiro que disse que privilegio deve ser exercido com responsabilidade. Por isso continuo e vou continuar a levantar a bandeira LGBTQ com orgulho. Parada não é farra, não é só festa. Parada é para mostrar: estamos aqui, somos fortes, não vamos recuar e vamos avançar. Incontáveis anos em que a Igreja Católica promoveu uma sangrenta perseguição a nos pelas palavras de Paulo de Tarso, o São Paulo, institucionalizaram a homofobia na politica, educação e no esporte. Com o avanço dos promotores de ódio, deixo claro nossa posição: somos muitos e não vamos nos curvar”, afirmou.

A escolha de junho como Mês do Orgulho não é aleatória, como explica em sua coluna o professor Ricardo Alexino Ferreira. Segundo ele, o mês faz referência à revolta de Stonewall, ocorrida em Nova York, no dia 28 de junho de 1969, quando um grupo de gays resolveu enfrentar a frequente violência policial sofrida pelos homossexuais.

Naquela madrugada de 1969, homossexuais que se encontravam no bar gay Stonewall Inn resolveram enfrentar a ação da polícia, permanecendo por vários dias confinados dentro dele e recebendo o apoio de uma multidão de gays e lésbicas que, amontoados do lado de fora, apoiavam a resistência. A partir de então, o episódio passou a ser considerado como o da libertação gay, elevando o status de 28 de junho, que passou a ser tido como O Dia Internacional do Orgulho Gay.

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