DJ Vintage Culture é acusado de apologia à violência contra mulher

O DJ brasileiro Lukas Ruiz Hespanhol, conhecido como Vintage Culture, causou polêmica neste final de semana ao publicar em suas redes sociais vídeos em que um amigo aparece simulando cenas de estupro e violência em um manequim. Pouco depois da repercussão negativa, as imagens foram excluídas da rede social. Nas imagens postadas nos stories, um […]

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O DJ brasileiro Lukas Ruiz Hespanhol, conhecido como Vintage Culture, causou polêmica neste final de semana ao publicar em suas redes sociais vídeos em que um amigo aparece simulando cenas de estupro e violência em um manequim. Pouco depois da repercussão negativa, as imagens foram excluídas da rede social.

Nas imagens postadas nos stories, um amigo do DJ dá socos e joga o manequim no chão, além de simular fazer sexo com o boneco. As cenas controversas geraram centenas de críticas nas redes sociais, e ele foi acusado de fazer apologia à cultura da violência e do estupro.

“Não adianta apagar que a gente não esquece. Apologia à violência contra a mulher não deve ser tratada como brincadeira nunca. Você e seus amigos que cresçam e vejam o quanto são machistas e ofensivos”, dizia um entre os inúmeros comentários.

— Gustavo (@tchainsmokrs) July 7, 2019

Neste domingo (7), Vintage Culture voltou ao Instagram, desta vez para se desculpar: “Perceber que meu trabalho fazia bem pras pessoas fez essa ser a minha grande missão, fazer o bem. Mas nesse stories eu não fiz. E a primeira coisa que eu peço é desculpas, desculpas pela ignorância, desculpas pela bad vibe… E obrigado pelo aprendizado”, escreveu.

“Vou levar esse aprendizado pra vida e pra frente, pra todos que me acompanham nessa jornada. Nesta aniversário, posto esta imagem preta para nunca esquecer disso, em luto e respeito pelas vítimas dessa cultura”, continuou.

Veja a mensagem completa:

“Hoje é meu aniversário mas não é disso que vou falar agora.
Ontem postei uma cena (um amigo agarrando descontroladamente um manequim sem perna, sem braço e sem cabeça) que para minha ignorância poderia ser engraçado mas que depois aprendi que é uma brincadeira de mal gosto, com interpretações e representações muito negativas.
Agora queria falar sobre aprendizado… Queria falar da onde eu vim. ⠀
Eu nunca tive acesso a muitas coisas, quando eu comecei a produzir música 2008 nem internet tinha em casa. Cresci entre o Brasil e o Paraguai, numa cidade de fronteira chamada Mundo Novo, muito pequena, violenta e pobre. Levava uma vida simples, dura e cheia de sonhos.
Eu nunca imaginei chegar onde cheguei, eu nunca fui preparado pra isso. As coisas foram acontecendo e de repente chegamos até aqui… Nesse caminho a coisa mais importante que eu aprendi é o poder da energia boa, da good vibe. Perceber que meu trabalho fazia bem pras pessoas fez essa ser a minha grande missão, fazer o bem.
Mas nesse stories eu não fiz. E a primeira coisa que eu peço é desculpas, desculpas pela ignorância, desculpas pela bad vibe… E obrigado pelo aprendizado.
Eu não falo de coisas ruins porque incorporei a missão de fazer o bem mas sobre preconceito, exclusão e opressão eu sei bem o que é isso. Sofri na pele.
E por sofrer na pele eu não quero apenas pedir desculpas, eu quero amplificar essa mensagem, quero que mais pessoas além de mim aprendam o significado de atos como esse. Aprendam a enxergar o outro lado e fazer melhores julgamentos sobre certo e errado, engraçado e mal gosto.
Vou levar esse aprendizado pra vida e pra frente, pra todos que me acompanham nessa jornada. Nesta aniversário, posto esta imagem preta para nunca esquecer disso, em luto e respeito pelas vítimas dessa cultura.
Agradeço, com amor, a todas as mensagens de aniversário, a todo carinho e ao aprendizado trazido pelas críticas. Peço desculpas mais uma vez com a esperança de que esse reconhecimento e mensagem tragam conforto aos que foram prejudicados e a certeza de que essa postura vai trazer ainda mais luz à essa questão de muita importância para o bem”.

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