Pandemia expõe transtornos de ansiedade e psicóloga recomenda ‘frear’ consumo de informações
A pandemia do novo coronavírus tem causado medo, preocupação, angústia e pressa para tudo voltar ao normal. Não há uma pessoa que diga o contrário, ou que talvez se sinta diferente do descrito. Essa é a nova estrutura. Estamos longe do normal, e ansiosos pelo seu retorno. Ansiedade, no caso, é uma palavra-chave dos tempos […]
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A pandemia do novo coronavírus tem causado medo, preocupação, angústia e pressa para tudo voltar ao normal. Não há uma pessoa que diga o contrário, ou que talvez se sinta diferente do descrito. Essa é a nova estrutura. Estamos longe do normal, e ansiosos pelo seu retorno.
Ansiedade, no caso, é uma palavra-chave dos tempos pandêmicos. Essa angústia aflige a todos, de quem jamais manifestou sintomas da doença a quem já convive com o diagnóstico – para estes, porém, o sofrimento é mais sistemático nesse período. Para eles, todo amanhã é incerto.
“Tem dias que é pior nesta quarentena e tem dias que dá para levar”, relata Aline Alves. A jovem de 26 anos descobriu a intensa ansiedade muito cedo, desde pequena. “Eu tinha problemas para dormir, nas férias, quando mudava de escola. Quando fiquei mais velha, foi piorando”, conta.
O isolamento em casa e sem trabalho se tornaram grandes motivos da ansiedade vir à tona. No começo do transtorno, ela fez tratamento homeopático, o que melhorou muito. Mas a faculdade fez tudo voltar a piorar. “Nessa fase começaram as crises. Fiz várias terapias e ajudou muito. Filmes, séries e livros também. E descobri vídeos sobre exercícios de respiração. Eles são ótimos”, recomenda.
Sobre as notícias em relação ao vírus, Aline tenta não ficar mal com tantas informações. “Eu ainda estou tentando assimilar, porque é difícil entender a propagação. Claro que leio, assisto ao noticiário, mas é difícil compreender. É tudo muito complexo. Eu só quero que passe logo, que a gente consiga ter saúde mental para lidar com isso tudo e que a nossa vida volte ao normal o mais rápido possível”, desabafa.
A psicóloga Ana Flávia Weis trabalha muito esse tema sobre ansiedade e tem recebido pacientes ansiosos neste período de quarentena e isolamento social. A profissional trabalha com a terapia cognitivo-comportamental, uma abordagem de intervenção em psicoterapia que é a mais indicada parar transtornos psiquiátricos, principalmente a ansiedade.
“A ansiedade é uma resposta normal do corpo. Todos nós a sentimos, pois é uma forma de se defender aos perigos. E algumas pessoas são mais ansiosas que outras. O ansioso interpreta com muita intensidade”, explica.
Ainda segundo a psicóloga, a ansiedade pode surgir em qualquer idade e fase da vida. Porém, não são todas as pessoas ansiosas podem ter o transtorno. “Quando é, o nível excede ao habitual”, pontua.
Ana Flávia esclarece que o tratamento envolve, principalmente, em ensinar como identificar os gatilhos que geram ansiedade e avaliar cada um de forma realística. “É ver o quanto de perigo eles realmente representam e como interpretam isso”, afirma.
Outra forma de tratar a ansiedade é avaliar a capacidade de reagir a esses perigos. “Isso gera duas distorções cognitivas: o perigo muito maior do que ele é e a capacidade de enfrentamento muito menor do que ela é. Como se a pessoa não percebesse a capacidade de enfrentar os perigos da vida”, explica.
As principais recomendações da psicóloga é evitar sobrecarga de informações, pois gera estresse, aumenta mais ainda a ansiedade, os medos e as preocupações. “Sempre procurar fontes seguras. Olhar a nossa capacidade de enfrentar, voltar ao passado e lembrar os enfrentamentos, acreditar na superação. E também ater ao momento presente. O ideal é olhar para o dia de hoje. Assim como os exercícios de respiração e relaxamento que também são indicados”, finaliza.
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