Mesmo com a pandemia, sexshops de Campo Grande mantêm vendas e revelam novo perfil de clientes
A pandemia do novo coronavírus é atribuída a uma grande crise no varejo, com direito a um cenário nefasto, com demissões em massas, afastamentos e queda vertiginosa no faturamento. Mas, o setor de sexshops parece seguir na contramão e sofrer bem menos com o impacto econômico, pelo menos em Campo Grande. Notícias relacionadas ‘Jamais usem […]
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A pandemia do novo coronavírus é atribuída a uma grande crise no varejo, com direito a um cenário nefasto, com demissões em massas, afastamentos e queda vertiginosa no faturamento. Mas, o setor de sexshops parece seguir na contramão e sofrer bem menos com o impacto econômico, pelo menos em Campo Grande.
Isso porque, em tese, casais estariam passando mais tempo juntos e, por conta disso, têm procurado alternativas para sair da mesmice e apimentar a vida sexual, dando uma chance às novidades. É onde entra o mercado dos brinquedos eróticos, que movimentou cerca de R$ 1 bilhão em 2019 no país, segundo dados da Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual).
Em Campo Grande, o movimento presencial caiu. Mas, deu espaço a uma avalanche de pedidos com entrega residencial. O delivery já responde pela maioria das vendas, que são feitas virtualmente, em aplicativos como WhatsApp ou por e-commerce. No mesmo dia, clientes já podem testar os acessórios e os relatos são de que o retorno é garantido.
“Nosso delivery aumentou consideravelmente. Antes eram umas duas entregas por dia. Agora fazemos umas 7 ou 8. Os produtos que mais saem são os géis lubrificantes, seguidos dos brinquedos eróticos. A gente entende que tem muito cliente novo, então eles vão gradativamente pegando novos itens. É o que a gente observa”, comenta a vendedora Carol Bronel, de 24 anos, que trabalha no sexshop Mundo Proibido.
Bronel relata, também, que houve mudança no perfil de clientes. Se antes os itens eram vendidos principalmente a jovens de 18 a 30 anos, agora, casais são o mais novo mercado consumidor. “A gente nova que muitos casais estão mais tempo juntos, a pandemia os reaproximou. Como existe a mesmice, os brinquedos podem fazer a diferença nessa relação. O que notamos é que eles começam com o básico, como os géis, e depois querem conhecer outros produtos. Quando vêm a loja, a mulher não vem mais sozinha, vem o casal. Não é mais uma escolha solitária”, revela a vendedora, que estima aumento de até 50% nas vendas ao novo público.
No ramo de sexshops, quem atua na linha de frente precisa mais que apresentar o produto. Precisa entender como ele funciona e descrever as sensações que ele proporciona. Assim, as vendedoras assumem papel de consultoras. Rirelle Oliveira, de 26 anos, mantém o e-commerce Dona Poderosa, com divulgação focada principalmente nas redes sociais. Ela iniciou o negócio quando ainda estava na faculdade e defende que propaganda é a alma do negócio. Por isso, visitava clientes semanalmente com uma mala repleta de itens.
“Antes da pandemia fazia uma visita semanal. Agora, faço de três a quatro. Levo uma mala com as novidades, explico o uso e a finalidade. Tive um aumento de 30% nas vendas, principalmente de lubrificantes e de vibradores. Acredito que, passando mais tempo em casa, os casais se reaproximam e começam a dialogar, querem algo diferente”, considera.
Oliveira é mais uma das que viu o perfil de consumidores mudar. As clientes, de 24 a 34 anos, também passaram a dividir espaço com casais, inclusive os mais antigos. As entregas, que eram no máximo 12 por semana, duplicaram e chegam a 20. “Como vendedora, incentivo bastante a comunicação entre eles”, diz.
Há 18 anos no mercado, a loja Afrodite Sex Shop, no Centro de Campo Grande, é uma das referências locais do setor. A proprietária, Josy Braga, de 36 anos, revela que a procura presencial caiu, mas para dar espaço ao delivery. As entregas triplicaram e já são 12 por dia. A suspeita também é que casais estejam aproveitando o período de recolhimento para encontrarem novos limites.
“Tenho clientes de 18 a 70 anos, já recebi até senhores que andam com auxílio de bengala. Mas notamos essa mudança na faixa etária, há muitos casais de longa data procurando acessórios, muitos clientes novos vindo conhecer. De fato, a gente nota que tem essa reaproximação entre eles”, pontua.
Uma das principais datas para o segmento é o Dia dos Namorados, que será comemorado no próximo dia 12 de Junho. Com menos casais e temores financeiros, o comércio já espera queda de aproximadamente 43% nas vendas em produtos clássicos, como flores, chocolates, presentes e na comemoração em si. Quem pode sair ganhando são justamente os sexshops, que já entendem que casais de longa data podem, sim, romper com os tabus e assimilar uma fatia do mercado.
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