Acompanhadas ou não, elas não gostam do Dia dos Namorados, da mercantilização que se criou em torno dela e a pressão que existe para passar na companhia de alguém. Para elas, romantismo e amor vão além de uma data e a necessidade de presentear ou declarar os sentimentos neste dia.
Enfática, a redatora Elusa Prado, de 38 anos, já passou o 12 de Junho em diferentes níveis de relacionamento – sozinha, namorando e casada – e diz que a data comemorativa é um desserviço.
“Acho que divide as pessoas entre quem deu certo no amor e quem não deu, e não é assim. Acho que se você gosta de alguém tem que dar presentes, ser agradável e romântico em qualquer dia do ano. Acho que o amor não deve ser condicionado a uma convenção social”, opina.
“Eu não gosto da coação que existe em torno da data, de ser obrigado a estar com alguém para estar feliz. Acho que é uma data que acaba segregando mais que unindo”, dispara.
O apelo comercial é outro ponto ressaltado por Elusa. “O significado do romance fica meio deturpado, muito mercantilizado, perde o sentimento. Contribui para uma certa ilusão em relação ao que seria o amor, para estereotipar os relacionamentos”, acrescenta.
Frustração foi o que levou a empresária Ana Rita Amarilha, de 43 anos, a desgostar do Dia dos Namorados. “Não me lembro de ter tido um Dia dos Namorados memorável”, analisa ela, que já esteve acompanhada em muitas destas ocasiões.
“A data e as campanhas comerciais criam uma expectativa, dão a impressão de que você só vai ser feliz se estiver com alguém. Presentear é legal, mas é o que menos interessa”, argumenta a empresária.
O que fazer?
“Amar é você dar uma aspirina pra pessoa quando está com dor de cabeça e não uma flor no dia que todo mundo tá dando uma flor. Fazer uma sopa para quem está doente, estar lá para o que der e vier, é mais valioso”, defende Elusa.
Mesmo não apreciando a data, Ana Rita diz ser a favor do romantismo, mas demonstrado de outras formas. “Sou mais a favor de um jantar mais charmoso, passeio diferenciado, do que só a questão de dar algo. A gente gosta ser presenteada, mas gosto de ganhar de segunda a segunda, mesmo que não seja uma data especial”, explica.
“Há muito tempo eu decidi que as coisas que eu quero, eu mesmo compro. Eu me dou o presente. Não fico mais esperando ganhar de alguém, mesmo que esteja num relacionamento ou não. Aprendi a fazer muito mais por mim”, revela Ana Rita.
Elusa declara que não tem nada contra a quem gosta de comemorar o dia dedicado ao amor entre os casais. “É problema de cada um. Respeito e gosto de ser respeitada. É que eu tenho ranço com todas essas datas e pago o preço por isso, porque as pessoas estão condicionadas a viver aquilo, passar por aquilo”, explica.
No dia 12, Ana Rita vai a uma festa de aniversário com tema de festa junina e Elusa não tem planejamentos, mas no dia seguinte o programa é certo: “na quarta eu vou atrás dos chocolates e presentes em liquidação”.
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