Cearense, Vicente virou artesão na marra e participou das 19 edições do Festival de Inverno

Cearense de Vargem Alegre, Vicente Ferro de Oliveira se recorda certinho do dia que se mudou para Bonito: era 26 de agosto de 1992. Na época, ele trabalhava como ourives, mas viu que o negócio não engataria aqui. Aprendeu, na marra e no talento, a fazer trabalhos em couros e, assim, com o trabalho totalmente […]

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Cearense de Vargem Alegre, Vicente Ferro de Oliveira se recorda certinho do dia que se mudou para Bonito: era 26 de agosto de 1992. Na época, ele trabalhava como ourives, mas viu que o negócio não engataria aqui. Aprendeu, na marra e no talento, a fazer trabalhos em couros e, assim, com o trabalho totalmente artesanal, participou das 19 edições do Festival de Inverno da cidade.

“Turista não vem pra cá pra comprar joia, prefere algo diferente, mais rústico, que combine mais com o local. E era isso que eu precisava fazer. Fui em uma loja de couro lá em Campo Grade e pedi pro gerente me explicar como que fazia uma sandália e ele me explicou o passo a passo”, lembra Vicente, aos 85 anos.

Chegando em casa, em Bonito, ele conta que pegou o chinela da esposa, uns pedaços de couro que tinha trazido da Capital e começou a trançá-los. Em pouco tempo, ele tinha uma sandália feita por suas próprias mãos. De lá para cá, ele só aperfeiçoou o trabalho.

Sem maquinário até hoje, Vicente conta que tudo o que faz, de sandálias a bolsas, é 100% artesanal e também pode ser feito sob medida e até personalizado. Com tanto capricho, as confecções do cearense são famosas em Bonito. Durante o bate papo com o MidiaMAIS, na Praça da Liberdade, volta e meia a entrevista era interrompida por alguém que cumprimentava o artesão e elogiava o trabalho dele.

Cearense, Vicente virou artesão na marra e participou das 19 edições do Festival de Inverno
Sem maquinário, Vicente faz o trabalho 100% artesanal | Foto: André Patroni

Sentado atrás do carrinho onde expõe seus produtos, Vicente conversa enquanto martela o solado da sandália, paciente e repetidamente. Ele lembra de quando chegou a Bonito, há quase 26 anos. “Não tinha nada aqui, era tudo mato, as ruas eram de chão e dali pra baixo quase não tinha nem casa”, conta.

Mas se perguntar se ele troca Bonito por outro lugar, a resposta vem ligeira. “Aqui é bom demais, tem sossego, tem segurança, todo mundo te trata bem, está sempre cheio de gente”, afirma o artesão.

E sobre os 19 festivais que participou na cidade do ecoturismo, ele garante que o evento já teve mais movimento, mas que continua muito bom. “Acho que é a crise, as pessoas estão com medo de gastar”, pontua, arriscando uma justificativa para a avaliação que faz.

Contudo, Vicente deseja vida longa ao Festival de Inverno e, consequentemente, ao cenário cultural que movimenta a cidade e gera trabalho e renda extra aos artesãos.

Consulte a programação completa do FIB clicando aqui.

A repórter Mariana Lopes está em Bonito  e cobre o 19º Festival de Inverno de Bonito a convite da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.


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