Em plena avenida Calógeras, próximo ao pontilhão que passa por cima da rua Antônia Maria Coelho, na região central de , o camelô José Dário Damacena encontrou um espacinho bom para montar o seu “mini brechó”. Sentado em uma cadeira de fio que posiciona ao lado das mercadorias, é ali que ele fica durante a semana, das seis da manhã às cinco horas da tarde.

Há alguns dias, contamos aqui no MidiaMAIS a história da dona Cleuza, que vende panos de prato na porta de um banco. Assim como ela, seo José também é um personagem urbano da Capital e muitas vezes a presença dele passa batida aos olhos de quem já se acostumou com figuras que compõem o cenário pelas ruas da cidade.

Muitas vezes, o corre-corre do dia a dia não nos permite observar e enxergar pessoas que estão sempre ali, preenchendo os espaços da cidade. Muito menos paramos para saber qual é a história por trás de cada um desses figurantes que fazem parte do cotidiano.

Seo José é nordestino, veio de Fortaleza para Campo Grande na década de 60 e por aqui criou raízes, formou família e hoje, aos 85 anos de idade, tenta ganhar uns trocados vendendo de tudo um pouco, de sapato usado e ervas para fazer chá. Aos 85 anos, José monta brechó na calçada pra ganhar uns trocados

Ele já foi caminhoneiro, já trabalhou em lavoura e com a idade avançada o que lhe sobrou foi a rua. “Eu vendia minhas coisas na Rui Barbosa com a Mato Grosso, mas me tiraram de lá. Sou analfabeto, ninguém me dá trabalho, então estou aqui, tenho que ficar onde Deus quiser e sobrar espaço”, desabafa o idoso.

Com chapéu, óculos escuros, duas sombrinhas e um jeito pacato, seo José diz que gosta de Campo Grande, mas confessa que o sonho é voltar para o seu Nordeste. “Fiz minha vida aqui, mas sinto muita saudade da minha mãe. Ela continua em Fortaleza, tem 106 anos, mas nem parece, é uma graça”, conta, sorridente.

Mas enquanto os pés continuam fincados na terra morena de Campão, ele segue a vida do jeito que dá, na labuta para ganhar alguns trocados enquanto observa a correria dos carros que passam pela avenida Calógeras.


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