Afinal, qual o limite do bom senso para funcionários em festas da empresa?

Caso de demissão por fantasia imprópria despertou debates

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Caso de demissão por fantasia imprópria despertou debates

Todo ano é a mesma coisa: sempre tem algum colega da empresa que exagera nos ‘bons drink’ e vira fofoca na festa de fim de ano da firma. Mas, há casos mais extremos, no quais funcionários podem acabar perdendo oportunidades de crescimento dentro da própria empresa, uma vez que superiores podem considerar a conduta dos trabalhadores que exageram incompatível com a responsabilidade de certos cargos.

Isso porque tem sido cada vez mais comum a postura empresarial que considera os funcionários uma espécie de extensão da empresa, ou seja: o funcionário representa o nome de onde trabalha 24h por dia, conforme adianta a gerente de recursos humanos Lucia Cardoso. “Não existe nenhuma previsão disso na legislação trabalhista, tanto que se a pessoa for demitida seria sem justa causa, mas o que nós notamos é que as empresas tem tido essa preocupação”, explica.

Foi mais ou menos o que aconteceu numa festa realizada por uma multinacional da área de TI em São Paulo, em dezembro. Por ter sido à fantasia, houve funcionários que teriam exagerado na caracterização. Um deles, que posteriormente foi demitido, compareceu caracterizado de ‘negão do whatsapp’, um meme conhecido nos grupos de whatsapp do Brasil. Quando a foto chegou ao conhecimento da matriz americana, houve ordem de demissão do funcionário. Posteriormente, o diretor e o presidente da filial, todos brasileiros, também foram desligados quando tentaram interceder pelo funcionário dispensado.

Afinal, qual o limite do bom senso para funcionários em festas da empresa?

Segundo ela, não há como prever o que o empregador ou o que os diretores de um empresa entendem como limite em uma festa de confraternização, mas a recomendação geral é, realmente, segurar a onda e tentar passar uma boa impressão. “É apenas uma festa na qual a diversão a qualquer custo pode sair muito cara”, explica.

Uma solução para que ninguém fosse demitido de surpresa seria que as empresas confecionassem manuais de conduta ou estatutos de trabalhadores. “Até mesmo os acordos coletivos podem especificar isso, mas, no geral, um documento que estabeleça os limites da empresa pode evitar essas dores de cabeça. Muitas empresas já estão profissionalizadas a este ponto”, conclui.

Com a chegada do Carnaval e das eleições, portanto, ficam algumas dicas para quem pretende cair na folia ou manifestar opiniões políticas polêmicas, mas se preocupa com as consequências. Confira:

  • Cuidado com as imagens que você posta. Muitas delas podem representar situações vexamosas e serem mal vistas pela empresa.
  • Opiniões polêmicas, como pena de morte, aborto, religião e discriminações também podem resultar em demissões. Fique alerta, porque muitas empresas de RH vasculham o passado de candidatos a vagas.
  • Fique atento(a) para os trajes na empresa. Não atender o código de vestimenta pode ser um motivo para desligamento.
  • Fuja das brigas virtuais: Alguns barracos da internet podem até ser interessantes, mas podem ser mal vistos pela empresa.
  • Nada de encher a cara nas festas da firma, já que seus chefes podem estar presentes e, principalmente, você pode virar alvo de fofocas.

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