Grupo de rap do Nova Lima faz clipe contra violência que matou 20 em um ano

‘Madrinha’ participou do vídeo e foi morta pelo companheiro

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‘Madrinha’ participou do vídeo e foi morta pelo companheiro

O vídeo tem quase 10 minutos e conta uma história já conhecida por quem costuma ler ou assistir jornais em Campo Grande: Jovem é morto a tiros no Novo Lima. Para muitos seria apenas mais um homicídio em um dos bairros mais violentos da Capital, mas para quem mora por lá, é um filho, um amigo, um conhecido que perdeu a vida. O vídeo é o clipe da música Nova Lima Mil Pecados, do grupo de rap La-Firma que tenta chamar a atenção e sensibilizar, principalmente os jovens do bairro. 

O grupo de rap foi formado há dois anos por cinco moradores do bairro. No vídeo, a letra do rap é intercalada com a história de um homicídio e com vários moradores do bairro que participaram das filmagens. Uma das pessoas foi que apareceu no clipe foi Elisângela Barbosa de Oliveira Silva, 41 anos. É é uma das 20 vítimas da violência no bairro em 2016. Elisângela foi vítima de feminicídio no dia 30 de dezembro.

Um dos integrantes do grupo é Rodrigo Camargo da Silva Pereira. Ele conta que os integrantes faziam letras e decidiram se unir para retratar a tenta sensibilizar principalmente os jovens da chamada ZN, a zona norte, composta além do Novo Lima, pelos bairros Jardim Anache, Colúmbia, Vida Nova e Tarsila do Amaral.  

“Fazíamos nossas poesias separadas e montamos o grupo em 2015 para retratar a realidade de Campo Grande e da região em que moramos. Foram mais 20 pessoas assassinadas, principalmente jovens. A criminalidade aqui não é diferente de outras regiões periferias. Assola principalmente a faixa etária dos 13 aos 18 anos”, explica Rodrigo. 

Sobre o clipe, Rodrigo diz que teve a ideia do roteiro e, com a ajuda um amigo que possui o equipamento as imagens foram sendo filmadas entre setembro e dezembro do ano passado. O grupo ficou em dúvida se divulgava a música após a morte de Elisângela, mas com a autorização da família dela, o vídeo se tornou uma homenagem a ela a as outras pessoas assassinadas na região.

“O objetivo é que toque as pessoas daqui, para colocar alguma coisa na cabeça da ‘molecada’. Sempre terão famílias sofrendo. É impossível assistir e não se debruçar em lágrimas. Ela [Elisângela] era uma pessoa muito feliz, alegre e gostava muito da gente”.

Veja o vídeo

Refrão:
Veja só, poeira baixa e o que sobra é os b.o
Zona norte se afundando em pedra e pó
Ó meu Sr. , Amor e só….
Veja só, quantos ‘muleque’ bom foi na quebra sem dó
É mãe de luto, ferro na mão dos menor…
Ó meu Sr. Amor ou pó….

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