Situado no final dos anos de 1990, o longa “Homem Onça”, de Vinícius Reis, investiga como a história do país reflete e interfere na vida pessoal de Pedro, interpretado por Chico Diaz. Vinicius Reis usou uma experiência pessoal como inspiração para o roteiro do .

“Meu pai era gerente numa das maiores mineradoras do mundo, a Vale do Rio Doce. E em 1996, a empresa passou por uma reestruturação radical, que culminaria na sua privatização no ano seguinte. Depois de duas décadas trabalhando para essa companhia, meu pai não podia ser demitido e foi forçado a se aposentar. Antes disso, foi obrigado a demitir sua equipe… tudo isso teve o efeito de um em sua vida”, conta.

No filme, Pedro tem uma vida estável de classe média com sua mulher Sônia, interpretada por Silvia Buarque, que procura um emprego, e a filha adolescente, Rosa (Valentina Herszage). Pedro trabalha numa das maiores estatais do país, a fictícia Gás do Brasil. Tudo parece caminhar muito bem, um projeto de sustentabilidade desenvolvido por ele ganha um prêmio internacional, o que parece garantir o emprego de sua equipe, apesar da crise que a empresa começa a enfrentar. Seu corpo parece reagir a isso e manchas estranhas aparecem em sua mão.

Porém, mesmo o sucesso do trabalho de seu time não garante a segurança do emprego de todos e Pedro é forçado a tomar atitudes drásticas. ‘Homem Onça' acompanha esse processo através de duas linhas narrativas que se entrecortam e convergem: Num futuro não longínquo, o protagonista não vive mais no Rio de Janeiro, mas em uma pequena cidade, com uma nova companheira, Lola (Bianca Byington).

“Em “Homem Onça”, a importância do trabalho como identidade do ser humano é o que move os personagens”, explica o diretor. O filme foi selecionado para o 49º Festival de Cinema de Gramado e estreia nos cinemas no dia 26 de agosto, em todo o Brasil com distribuição da Pandora Filmes.

Confira a sinopse:

Rio de Janeiro, segunda metade dos anos 1990, “era das privatizações”. Pedro trabalha em uma grande empresa estatal que em breve será privatizada. Pressionado por um cruel processo de reestruturação, Pedro tem que demitir sua equipe e antecipar a sua aposentadoria, contra a vontade.

Aposentado e com uma doença na pele, ele decide se separar da família e se mudar para Barbosa, sua pequena cidade natal, no interior distante. Lá, ele descobre que a onça pintada que habitava a floresta ao redor de Barbosa, no tempo da sua infância, está mais viva do que nunca.