16 de novembro de 2017. Lembro muito bem a sensação ao entrar na sala de cinema nessa data que agora parece tão distante. A realidade naquele momento era construída por um misto de ansiedade em finalmente ver o com a tríade dos maiores heróis da cultura pop e o temor de que esta poderia não ser exatamente a obra que os fãs tanto queriam. Esse sentimento era fruto da decepção do longa anterior, Batman vs Super-homem, e uma sequência de divergências criativas entre o diretor Zack Snyder e o estúdio, durante a produção de Liga da Justiça, que culminou com sua saída após uma trágica perda pessoal. 

O estúdio precisava de alguém para substituí-lo rapidamente na direção. Joss Whedon já co assinava o roteiro e vinha de uma sequência de sucessos na . Parecia a escolha mais apropriada… no entanto, o produto final não seria o sucesso aguardado. Ainda que tenha conseguido se pagar e ainda gerado lucro, Liga da Justiça ficou aquém do rio de dinheiro esperado, foi rechaçado pela crítica, odiado pelos fãs e os planos de uma franquia pareciam ter sido jogados numa zona fantasma para nunca mais escapar. 

18 de março de 2021… 4 anos depois, tal qual em um futuro pós-apocalíptico, o mundo está totalmente mudado, mergulhado numa e com a impossibilidade de filmes serem lançados nos cinemas. A situação consolidou o formato já popular do streaming, e o ressurgimento da Liga pode se tornar o primeiro grande blockbuster dessa nova era. E porque o seria? Como o próprio super-homem, renascido de sua tumba pelo poder de  #releasethesnydercut, a produção toma uma forma ainda mais poderosa e que põe esperança de volta aos corações de fãs mundo afora. Finalmente poderemos ver tudo o que Zack tinha em sua mente para este épico moderno.

Os sortudos da crítica especializada já tiveram acesso ao longa (termo que foi levado ao pé da letra aqui) e o filme de 4 horas de duração já  recebeu as primeiras opiniões, algumas otimistas e outras negativas. O consenso é de que para o bem ou para o mal,  está tudo lá, tudo o que o fã da assinatura do diretor de 300 e Watchmen queria ver… atmosfera sombria, desaturação (a sequência final no filme de 2017 é excessivamente saturada), câmera lenta em momentos de  pico de ação, personagens com conflitos pessoais, super-homem usando a black suit e sim, Darkseid como vilão principal e dois de seus asseclas mais icônicos, Desaad e Vovó Bondade, sem contar a reestilização completa do capanga Steppenwolf. 

Há dezenas de outros pontos que teremos a oportunidade de ver, como o prólogo melhor estruturado e o desenvolvimento de personagens importantes para a trama, mas que foram deixados para trás na versão original. Victor Stone (Cyborg) e Barry Allen (Flash) terão muito mais tempo de tela e suas ações serão cruciais para o desenrolar e desfecho da trama. Haverá ainda a aparição do caçador de Marte (Ajax, para os íntimos).

Essas inclusões e mudanças drásticas no roteiro, se bem recebidas pelo público e ampla crítica, podem efetivamente mudar o status da Liga, e assim como faz o Flash, seria possível voltar no tempo, mudar os erros do passado e encontrar um futuro melhor. 

De filme fadado ao esquecimento, esse reboot da Liga poderá abrir as portas para as sequências que queremos (e merecemos) ver e a criação de um DC Cinematic Universe decente, com quem sabe, o apoio de uma hashtag #releasethesnyderverse.