Para quem acha que amanheceu e o papa Francisco faleceu em “uma segunda-feira comum”, se engana: estamos na Oitava de Páscoa, período em que a solenidade é estendida e faz um convite a todos nós sobre renovar as esperanças e viver com grande alegria espiritual. Segundo o padre Paulo Roberto de Oliveira, de 60 anos, da Igreja São José, em Campo Grande, é “muito simbólica” a morte do pontífice nesta data.
“Acredito ser muito simbólico isto, dele morrer um dia após a Páscoa. É muito Bonito e acredito que tem alguma coisa que o Senhor quer nos dizer, com todo este simbolismo. E estamos na Oitava da Páscoa ainda, comemoramos como que se fosse a Páscoa. Eu vejo sinais, vejo sinais do alto”, afirmou o padre Paulo ao MidiaMAIS.
De acordo com o padre, o papa Francisco cumpriu a sua missão. “Foi algo dado pelo Senhor, através do espírito santo, de dirigir a igreja nestes tempos. E ele foi um homem de grande fé, que se esforçou sempre mais e mais, apesar das suas limitações físicas, em melhor servir a Deus e a igreja. Levar Jesus Cristo a todas as pessoas, todos os povos, trazer muitas ovelhas perdidas à casa do Senhor. Cumprindo a sua missão, foi chamado, passou também pela cruz”, argumentou.

Nesta última semana, a Semana Santa, o padre fala que todos nós lembramos da paixão, morte e ressurreição de Cristo, algo também vivido pelo papa Francisco. “Ele também passou por isso, sua paixão na vida, na luta. Nesta batalha que é o servir a Deus num mundo tão dividido, tão carregado de ódio, sendo um farol, uma luz para a humanidade, como Cristo quer a Igreja. Passou pela sua paixão neste sofrimento, esta doença que já se prolongava por mais de meses e também morreu. Passagem, passou, porque, para nós cristãos existe a morte, existe a passagem, passagem da morte para a vida, e ele passou da morte para a vida”, explicou.
‘Devemos rezar pelo próximo que vai dirigir a barca de Pedro’, diz padre
Ainda segundo o padre, Francisco agora espera a ressurreição, nos tempos que o seu pontificado, que foi sempre muito rico em ações, possa continuar a refletir em nós que “continuamos a luta”. “E a Igreja, mais do que lágrimas, reza pelo descanso. Que ele receba a recompensa devida pelo seu grande amor a Jesus Cristo e que possa a igreja, caminhando novamente um dia, todos nós nos encontrarmos no Senhor e rezar também pelo próximo que será eleito a dirigir a barca de Pedro, que possa ser novamente um homem de firmeza, fé e de grande amor, como foi o Papa Francisco”, ressaltou.
Conforme o padre Paulo, o mundo hoje perde o seu pastor. “Nós cremos que também encontraremos o intercessor, que um dia estará diante do trono de Deus para interceder por toda a igreja e por nós, que aqui estamos”, argumentou.
Em sua caminhada enquanto padre, Paulo relembrou que esteve algumas vezes no Vaticano, entre os anos de 2016 a 2022, sendo que encontrou com o papa Francisco, em Roma, onde participou da formação bianual dos Missionários da Misericórdia, durante quatro dias, sempre no mês de março.

Papa escolheu padre de Campo Grande para ser um dos ‘missionários da misericórdia’
“Os missionários da misericórdia são sacerdotes nomeados pelo papa, para serem ‘ministros do coração misericordioso de Jesus’, com a missão de anunciar a misericórdia de Deus, especialmente através do Sacramento da Penitência (Reconciliação). Eles têm a faculdade de absolver pecados reservados à Sé Apostólica, como a profanação das espécies consagradas, a violência física contra o Papa, entre outros”, explicou.
Em suma, o padre Paulo fala que foi um dos escolhidos pelo papa, para que promovam a misericórdia de Deus, especialmente através do sacramento da reconciliação e o perdão, além de serem os anunciadores da misericórdia de Deus, especialmente no contexto do Jubileu da Misericórdia, incentivando também a procura do sacramento da Reconciliação”, finalizou.

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