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MidiaMAIS

‘Detox digital’ é solução para crianças e adolescentes reduzirem ansiedade nas férias

Período pode fortalecer laços afetivos, criatividade e bem-estar emocional
Graziela Rezende -
(Marc Clinton Labiano/Arquivo Pessoal)

Férias e, se tivesse uma câmera em cada casa, as imagens seriam muito semelhantes: cada um em um canto, com um celular ou tablet na mão, ou então interagindo no computador, por exemplo. Mas, a intenção, deveria ser justamente o contrário: fazer crianças, adolescentes e até adultos ficarem longe das telas, como um “detox digital”. A boa notícia é que é possível e, inclusive, ajuda a reduzir a ansiedade, melhora o foco e fortalece vínculos reais.

Desta forma, mesmo com a intensificação do uso de dispositivos eletrônicos, este período pode ser uma oportunidade para reconectar-se com o mundo offline e fortalecer laços afetivos, criatividade e bem-estar emocional.

O uso constante de telas já se tornou parte do cotidiano de grande parte da população. Entre crianças, adolescentes, estudantes universitários e adultos, o hábito de recorrer a celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos para trabalhar, estudar ou simplesmente preencher o tempo livre se intensificou nos últimos anos — especialmente após o período da . Porém, as consequências desse comportamento não tardaram a aparecer.

Excesso nas telas pode estar diretamente ligado ao aumento da ansiedade, aponta estudo

Diversos estudos têm apontado que o excesso de tempo em frente às telas pode estar diretamente ligado ao aumento da ansiedade, ao prejuízo na qualidade do sono, à perda de foco e ao . Em crianças e adolescentes, os impactos também afetam o desenvolvimento emocional, a criatividade e a capacidade de lidar com frustrações. Já entre adultos e jovens universitários, o cansaço mental e a sobrecarga de estímulos digitais se refletem em estresse, esgotamento e dificuldade de concentração, mesmo nos momentos de descanso.

(Caleb Woods/Arquivo Pessoal)

Nesse cenário, o chamado detox digital surge como uma proposta importante para reequilibrar essa relação com a tecnologia. Trata-se de um período — que pode durar algumas horas, dias ou até semanas — em que a pessoa reduz ou interrompe temporariamente o uso de aparelhos eletrônicos.

O objetivo é retomar o contato com atividades não mediadas por telas e proporcionar à mente um tempo de descanso dos estímulos contínuos vindos de notificações, vídeos curtos, redes sociais e excesso de informações.

A psicóloga e pedagoga Maisa Colombo Lima, professora da Estácio , explica que esse distanciamento é necessário para que o cérebro consiga reorganizar seu próprio ritmo.

“O uso constante de telas e dispositivos afeta o sistema nervoso, acelera os pensamentos e reduz a tolerância ao tédio, que é essencial para a criatividade. Durante as férias, é importante que crianças e adultos vivenciem o ócio produtivo, aquele tempo em que não estamos fazendo nada digitalmente, mas estamos nos reconectando com o corpo, com o espaço e com os outros”, afirma.

As férias escolares são uma oportunidade ideal para iniciar esse processo. No caso das crianças, o afastamento dos eletrônicos abre espaço para o retorno a brincadeiras que estimulam a imaginação, a expressão e o convívio. Um simples de sombras com lanterna e lençóis pode render histórias inventadas em família, que estimulam a criatividade e fortalecem os vínculos. Atividades como a construção de cabanas, a caça ao tesouro ou a jardinagem ajudam a desenvolver habilidades importantes como cooperação, paciência e cuidado com o outro e com o ambiente.

Segundo Maisa, a exposição prolongada a estímulos rápidos e constantes das telas pode contribuir para dificuldades de atenção e problemas comportamentais. A interação com telas pode substituir o tempo de brincar com outras crianças, o que é fundamental para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais.

Fim do semestre: universitários também devem se desconectar

(Declan Sun/Arquivo Pessoal)

Adolescentes e universitários também podem se beneficiar do detox. Muitos chegam ao final do semestre exaustos após semanas de provas, trabalhos e interações digitais constantes. Desconectar, nesses casos, significa mais do que descansar os olhos: é uma forma de recuperar a presença, o foco e a saúde emocional. Atividades como: realizar caminhadas ao ar livre, experimentar cozinhar com amigos ou simplesmente se permitir não fazer nada são ações que contribuem para aliviar a pressão e trazer mais leveza aos dias de recesso.

Ainda segundo a professora, o desafio maior é, muitas vezes, lidar com o desconforto inicial de se sentir desconectado dos outros e a sensação de estar perdendo alguma informação importante “Estamos acostumados a responder mensagens o tempo todo, a consumir conteúdo de forma passiva. No detox, esse silêncio pode causar estranhamento. Mas é justamente aí que mora a transformação: reaprender a se ouvir, a perceber o que se sente, a estar presente de verdade”, diz a psicóloga.

A proposta do detox digital, portanto, não é excluir a tecnologia da rotina, mas encontrar equilíbrio. Estabelecer horários para o uso de telas, desativar notificações, limitar o tempo nas redes sociais e propor momentos de convivência offline são formas acessíveis de começar. E, ao contrário do que muitos imaginam, o benefício não é imediato — ele se constrói no tempo e se reflete em mais disposição, mais clareza mental e mais qualidade nos relacionamentos.

Independentemente da idade, as férias podem (e devem) ser uma oportunidade de pausa — da correria, da cobrança, das exigências. E, sobretudo, das telas. Ao escolher desligar-se por algumas horas do mundo digital, abrimos espaço para outras experiências simples e transformadoras. O descanso da mente começa, muitas vezes, com um simples gesto: colocar o celular de lado e olhar ao redor.

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