Sete anos após convívio com filho em hospital de MS, nome do paciente é eternizado no jardim
Wilmara foi chamada para o encerramento do setembro verde, mas, ficou emocionada com homenagem ao filho
Graziela Rezende –
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A “pegadinha” para atrair a servidora pública Wilmara Rios, de 63 anos, teve um motivo especial: levá-la novamente ao jardim onde tanto ficou com o filho e agora ver o nome dele ali eternizado. A homenagem emocionante ao Renan, que faleceu devido à leucemia, em 2017, ocorreu durante a manhã ensolarada dessa segunda-feira (30), encerrando o mês de setembro, cujo chamado para doação de órgãos se intensifica.
“O pessoal da Unimed, daqui de Campo Grande, me ligou falando que hoje estavam encerrando o setembro verde e me convidaram para uma solenidade. Quando cheguei lá, colocaram a placa com o nome do meu filho. Fiquei muito emocionada, só tenho a dizer obrigada”, afirmou Wilmara ao MidiaMAIS.
Antes, a Unimed Campo Grande havia dado o nome ao local de “Jardim da Esperança”, porém, agora o renomeou como “Renan Rios Godoy”. Conforme o hospital, em 2023, o espaço recebeu o plantio de jasmins brancos em lembrança aos doadores de órgãos.
Homenagem ao Renan
Em fevereiro de 2017 a servidora pública Wilmara Rios perdeu o filho, Renan, para a leucemia. O doador estava a caminho, mas não houve tempo para o transplante. Wilmara conta que costumava passar momentos no jardim do Hospital da Unimed CG, inclusive onde seria celebrado o último aniversário de Renan em vida – ele acabou sendo liberado para comemorar em casa – e afirma que a esperança precisa ser sempre renovada, porque move as pessoas.
“O Renan se foi, mas conheci a solidariedade e a esperança. Foram mais de 300 pessoas que doaram sangue. As pessoas foram fazer o cadastro para doação de medula óssea”, emocionou-se ao falar com a equipe.
Conscientização sobre doação de órgãos é fundamental
A homenagem a Renan é um marco importante não só para a mãe, mas também para todas as famílias que vivenciam a dor da perda e o ato de doar como um gesto de amor e solidariedade. Para a CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante), coordenada pela Dra. Giovanna Padoa de Menezes, “o acolhimento das famílias e a conscientização sobre a doação de órgãos são fundamentais”.
“Nós, da CIHDOTT, possuímos duas principais ações. A primeira é trabalhar a educação e a sensibilização dos profissionais, cooperados e beneficiários do Hospital Unimed Campo Grande. Essa sensibilização motiva as pessoas a falarem sobre o assunto da doação de órgãos e tecidos, fortalecendo com seus familiares a vontade de se tornarem doadores”, explica Larissa Ferreira Moreira, supervisora de enfermagem.
Além disso, a equipe se dedica a desmistificar o medo e preconceitos relacionados à doação, abordando questões éticas e de responsabilidade no diagnóstico de morte encefálica, além de acolher os familiares durante a internação de pacientes em estado grave.
Coordenadora estadual da Cet-MS (Central de Transplante de Mato Grosso do Sul), Claire Carmem Miozzo ressaltou a importância deste acolhimento para que haja mais doações. Segundo ela, hoje há 60 mil pessoas à espera de órgãos no País e a cada 14 famílias abordadas, só quatro dizem ‘sim’. “A doação do órgão é o desapego da própria dor em prol de ajudar quem está em sofrimento, um ato máximo de amor”.
Hoje, no Mato Grosso do Sul, os transplantes realizados incluem rins, córneas e fígado, sendo que outros órgãos são disponibilizados por equipes de outros estados quando necessário. No Hospital Unimed, há uma equipe habilitada para a realização de transplantes de rim, além da captação de outros órgãos.
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