Ouriço pigmeu, coelho anão e até cobra caem no gosto de campo-grandenses: ‘Meu Etelvino’
Pets estão ganhando a preferência das pessoas por fazer menos sujeira, ter menor custo e necessitar de pouco espaço
Graziela Rezende –
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Os carinhos no Etelvino, postados nas redes sociais, já pareciam algo bem diferente por estarmos falando de alguém que cria ratos em casa, mas, ao saber que o bicho ainda convive com uma cobra, cachorros, gatos e o mais novo integrante: um ouriço pigmeu, realmente, é surpreendente. E o que parecia ser só uma realidade na casa da extensionista capilar, Anne Souza, é também desejo de inúmeros outros campo-grandenses, pois, conforme criatórios e médicos veterinários, o gosto por animais exóticos só cresce.
“Quando eu era criança já tive coelho, gato, cachorro, ratos e até sapo de estimação. Eu vivia no mato e sempre pensei que, quando tivesse a minha casa, teria todos os bichos que quisesse. Já tive porquinho-da-índia também e, de repente, surgiu a possibilidade da cobra. Tenho todas as autorizações legais para tê-la, inclusive, o termo de doação. E ela é super mansa, tenho um filho de 10 anos, que tem TDAH [Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade] e aí possui hiperfoco em serpentes, então, desde criancinha, sempre gostou de cobras”, comentou Anne.
Conforme Souza, o garoto foi mostrando o gosto por serpentes em desenhos e pedidos de brinquedos, por exemplo, o que a fez aumentar ainda mais a vontade de ter o animal por perto. “Ele falava: ‘Mãe, eu quero uma cobra de verdade, eu quero uma cobra de verdade’. E aí passei por um processo de quase dois anos, até que deu certo. Recebi uma ligação, contei a história do João [filho] e aí as coisas foram acontecendo”, disse.
‘Existe uma mistificação sobre a cobra’, opina Anne
Antes, Anne contou que tinha um vizinho que já possuía uma cobra e assim “quebrou o gelo” de tocar no animal. “Quando chegou a minha, não tive medo nenhum. Acho que esta mistificação sobre a cobra é mais algum trauma de infância que a gente tem, de ouvir adultos falando que é perigoso, daí a gente cria esse bloqueio, porém, são animais que reconhecem seu dono, são carinhosos, animais como todos os outros”, explicou.
Em sua residência, na Vila Sobrinho, Anne diz que o animal, que é 100% de cativeiro, tem o seu espaço próprio, assim como ela construiu moradia para os ratos por exemplo, e não os deixa “passearem” pelo imóvel no mesmo horário. “Minha cobra nunca abateu uma presa para comer, tanto que ela convive com os gatos e cachorros, eles brincam com o rabo dela e tenho até que tomar cuidado para não a morderem. No caso do ouriço, é o mais recente da família”, contou.
Recentemente, nas redes sociais, Anne postou imagens dando banho no animal. “Vi vídeos deles com sapatinhos, achei tão fofo. E Campo Grande tem criatórios. O meu próximo sonho é ter um furão, quero comprar no próximo mês. Quero um gato pelado também, acho que são os dois que estão faltando para mim. Mas, não sossego não, sempre sonhei em ter uma mini cabra, porco, só que isso vai ser quando eu já estiver na chácara”, finalizou.
‘Gosto por animais exóticos só cresce’, afirma empresário de MS
Dono do criatório Roedores e Cia, Carla Lellis da Silva, de 30 anos, fala que o gosto por animais exóticos cresce mensalmente e muitos dos clientes relatam a questão dos filhos com algum distúrbio e até depressão, sendo que o contato com os pets os fazem apresentar melhoras gradativas. Sobre preferências, o empresário comenta que os mais escolhidos são coelhos – do anão ao gigante -, além de hamsters, porquinho-da-índia e calopsitas, entre outros.
No caso do coelho anão Netherland é um animal considerado o menor coelho do Brasil, podendo atingir 25 cm de tamanho e pesar de 900 gramas a 1,2 kg. O coelho mini cresce até 35 cm e pesa de 1,5 kg até 2,5 kg. Já o coelho holandês vai até 45cm e pesa de 3 kg a 4,5 kg. Existe ainda o coelho gigante de Flandres, considerado o maior do Brasil e com a possibilidade de chegar a um metro de comprimento e pesar até 15 kg.
“Temos também outras opções como o hamster sírio angorá com pelagem longa, o porquinho-da-índia e calopsitas, que tem muita procura. Todos esses pets estão ganhando a preferência das pessoas de todas as idades, por fazer menos sujeira, o custo de alimentação é mais em conta, e principalmente pelos tutores não terem espaço suficiente para cães e gatos estão preferindo esses pets”, opinou Alves.
Segundo o médico veterinário Leandro Menezes, de 32 anos, especializado em animais exóticos, o aumento da demanda ocorre justamente por serem diferentes de cachorro e de gato, no sentido de cuidados. “Quando a gente fala de serpentes, falamos também de uma alimentação mais prolongada, diferente do cachorro e gato, que ocorre duas vezes ao dia, às vezes até três, tem serpente que se alimenta a cada sete, a cada dez dias”, explicou.
No caso dos roedores, o veterinário comenta que eles se acomodam em recintos menores, então, quem mora em apartamento, por exemplo, pensa na possibilidade de ter um animalzinho.
“E nisso as pessoas podem socializar com o seu pet, só que a pessoa precisa ter embasamento, não é simplesmente adquirir o animal. Eu, inclusive, tenho sido procurado para as pessoas conversarem, entenderem o que se encaixa mais no perfil. Temos o exemplo do ouriço, do coelho, da cobra, é algo que está caminhando aqui, até na questão de profissionais também, mas, é um atendimento que vem aumentando”, argumentou.
Confira aqui alguns momentos da Anne e a família com os animais exóticos:
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