Empresa responsável pelo transporte de Duke alega que tutora não mencionou uso de calmante

Em nota, empresa afirmou que tutora também não comunicou que o pet precisaria de uma segunda dose durante o transporte

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(Ericka Castro/Arquivo Pessoal)

A empresa Mobily Pets, responsável pelo transporte de Duke, cachorro da raça Sharpei que morreu no caminho de Manaus a Campo Grande, alega que a tutora não mencionou à central ter administrado dose de calmante ao pet. Além disso, a tutora não teria explicado aos motoristas do veículo qual o medicamento foi utilizado e que seria necessário a aplicação de uma segunda dose.

De acordo com a nota enviada pela empresa, em entrevista antes do embarque de Duke a tutora teria afirmado que o animal não precisava de calmante, pois ficava agressivo apenas quando os donos estão por perto. A própria empresa teria apresentado a possibilidade de utilizar o medicamento, desde que houvesse prescrição veterinária e aviso prévio à central. Mas, ela teria reafirmado que o animal era acostumado a andar em veículo veterinário, portanto era tranquilo.

Entretanto, no ato de embarque de Duke, a tutora teria dito aos motoristas do veículo que administrou uma dose de calmante ao pet no dia anterior. Contudo, por não saber o nome do medicamente utilizado, ela teria concordado em enviar as informações à central da empresa, o que não foi feito.

Além disso, conforme a nota, a empresa alega que a dona do animal não informou que precisaria aplicar uma segunda dose durante a viagem. Assim, além da falta de informações precisas sobre o medicamento utilizado, o calmante não teve o efeito desejado para garantir segurança no transporte.

“Realizamos o embarque acreditando na informação da tutora de que a medicação administrada acalmaria o pet. Porém, durante todo o trajeto, ele se mostrou totalmente agressivo, e tentamos diversas formas de acalmá-lo. Enviamos fotos e vídeos para a tutora, mostrando nossas tentativas de aproximação e manejo do pet”, explica a empresa.

Laudo não aponta maus tratos

Ainda segundo a nota envida pela Mobily Pets, durante o transporte a empresa manteve contato com a tutora nas áreas em que havia sinal da operadora. Mas, ao chegarem em Rondônia, procuraram um clínica veterinária.

Na clínica foi emitida uma certidão de óbito, que não incluiu maus tratos, desidratação ou falta de alimentação. A causa informada no laudo seria de que Duque teve um pico de estresse.

(Ericka Castro/Arquivo Pessoal)

“Nosso veículo utilizado para o transporte, é um veículo novo, refrigerado e tínhamos poucos pets no carro. Não havia super lotação, não havia calor excessivo. É importante ressaltar que a possível causa informada na certidão, foi um pico de estresse”, diz a nota.

A empresa também afirmou que os motoristas teriam procurado um local para fazer uma necropsia mais exata, mas não encontraram nenhuma empresa no interior de Rondônia que fizesse o serviço. “Segundo a clínica, ‘se ele havia tomado algum remédio, o efeito passou e ele voltou ao estado de agitação original’, e devido à ansiedade intensa, faleceu por estresse.

A Mobily Pets também ressaltou que a tutora teria negado a opção para pets agressivos, onde os tutores acompanham o animal. “Ela definiu a opção de pet sociável e não quis a opção para pets agressivos”, afirmam.

Confira a nota na integra:

Nota Oficial Mobily Pets

Diante dos últimos acontecimentos, achamos prudente esclarecer os fatos para que não haja nenhuma interpretação equivocada.

Fomos contratados para realizar o transporte de um pet da raça Sharpei, saindo de Manaus com destino a Campo Grande, MS.

Nosso serviço coletivo é disponibilizado para pets saudáveis e sociáveis, permitindo que os motoristas possam manipular, desembarcar, passear e alimentar os animais para o conforto e segurança do pet e dos motoristas.

Cientes dessa condição, informada à cliente no ato da negociação (temos áudios, conversas e registros), enfatizamos que o pet deveria ser sociável e que não transportamos animais agressivos. A cliente nos informou que Duke era apenas ansioso e, às vezes, agressivo na presença deles, como um cão de guarda, mas que, na ausência deles, seria um animal tranquilo. Explicamos sobre a possibilidade de medicar o pet com um calmante, desde que prescrito pelo veterinário e comunicado à nossa central.

Antes do embarque, fazemos uma nova entrevista sobre o pet, incluindo a questão de medicamentos. Nesta entrevista, ao ser questionada novamente sobre medicamentos, a cliente não mencionou a necessidade de medicar o pet. Reafirmou que ele “era ansioso, e agressivo na presença deles. Longe deles, ele era tranquilo”, e disse ainda que ele ia de carro veterinário.

Contudo, apenas no ato do embarque, ao ser novamente questionada sobre medicamentos, a cliente informou aos motoristas que havia administrado um calmante no pet no dia anterior. Esta informação não foi previamente comunicada à nossa central.

A tutora não soube informar o nome do medicamento nem a dosagem utilizada, e comprometeu-se a enviar essas informações à central, mas isso não ocorreu. Nossa central, portanto, não foi informada sobre o nome do medicamento, o que impediu que providenciássemos o mesmo ao longo do caminho, caso necessário. A tutora também não mencionou que seria preciso medicá-lo novamente, afirmando apenas que ele ficaria calmo. Reforçou que, longe dos tutores, Duke não era agressivo, era apenas ansioso. disse que a dificuldade seria apenas colocar o mesmo na caixa. e que, inclusive, ficava tranquilo ao ir de carro ao veterinário. (temos o vídeo dela fazendo essa afirmação ao motorista)

O processo de embarque levou cerca de uma hora, durante a qual nem mesmo os tutores conseguiram embarcá-lo. Temos vídeos onde os motoristas tentavam aproximação e Duke, sem culpa alguma, tentava morder e avançar.

Realizamos o embarque acreditando na informação da tutora de que a medicação administrada acalmaria o pet. Porém, durante todo o trajeto, ele se mostrou totalmente agressivo, e tentamos diversas formas de acalmá-lo. Enviamos fotos e vídeos para a tutora, mostrando nossas tentativas de aproximação e manejo do pet.

Atravessamos a BR-319 com ele e mantivemos contato com a tutora, exceto nas áreas sem cobertura de rede. Devido à falta de informações precisas sobre o medicamento administrado, e considerando que o remédio não teve o efeito desejado para garantir a segurança do transporte, buscamos uma clínica veterinária em Rondônia.

A possível causa mortis, informada na certidão de óbito emitida pela clínica, não foi maus tratos, desidratação ou falta de alimentos. Nosso veículo utilizado para o transporte, é um veículo novo, refrigerado e tinhamos poucos pets no carro. Não havia super lotação, não havia calor excessivo. É importante ressaltar que a possivel causa informada na certidão, foi um pico de estresse.

Procuramos algum local que fosse possível fazer a necrópsia, para rastrear com mais exatidão o que causou o óbito, mas não havia infraestrutura no interior de Rondônia para que conseguíssemos fazer. Segundo a clínica, “se ele havia tomado algum remédio, o efeito passou e ele voltou ao estado de agitação original”, e devido à ansiedade intensa, faleceu por estresse.

Ainda não recebemos da tutora a informação do remédio dado ao Duke, tampouco a dosagem administrada.

Lamentamos profundamente o ocorrido. Desde o momento em que ele começou a latir intensamente, comunicamos a situação à tutora, informando que estávamos em direção à clínica veterinária. Durante todo o processo, mantivemos a tutora informada.

Após o óbito, nossa equipe se colocou à disposição da tutora para esclarecer, apoiar, apurar e prestar toda a assistência necessária neste momento delicado. Mantivemos o contato constante com a tutora, buscando fornecer toda a assistência necessária.

Em resumo,

Chegamos ao local de embarque por volta de meia-noite do dia 6 de novembro e iniciamos a travessia da BR-319 por volta das 5h da manhã do mesmo dia. Após começar a travessia, não conseguimos contato com a tutora, pois sabemos que a região não possui conexão com a internet. No dia 7, ao sair da BR-319, restabelecemos contato, gravamos vídeos e tentamos oferecer água ao pet, mesmo dentro da caixa pois não era possível retirar, devido à sua agressividade, mas ele não aceitou. No dia seguinte, 8 de novembro, já em Rondônia, procuramos a clínica, mas infelizmente ele veio a falecer. Nos 2 dias (6 e 7) estávamos dentro da BR319. Não há nenhuma infraestrutura na BR319. Saímos dia 7 e dia 8 já tentamos a clínica, e ele veio a óbito por volta das 14hrs. No dia 9 conseguimos emitir o laudo da clinica, que segue em anexo.

Lamentavelmente, ele faleceu. Queremos registrar e dar publicidade também as ameaças que nossa equipe tem recebido, incluindo ameaças de morte em nosso chat. Todo o nosso corpo jurídico está empenhado em resolver a situação da melhor maneira, e todos os perfis que nos ameaçam estão sendo encaminhados à polícia de forma imediata. Foi registrado um boletim de ocorrência por ameaça.

Vale ressaltar, que não procede que o animal embarcou no dia 5. Temos vídeos oferecendo água ao pet, e tentando passear com o Duke.

Também ressaltamos, que no primeiro contato, enviamos duas opções de transporte, aonde os pets que são agressivos, precisam estar acompanhados do tutor. Opção essa descartada pela tutora. Ela definiu a opção de pet sociável e não quis a opção para pets agressivos.

Todas as informações contidas nesta nota estão a disposição da Justiça caso necessário, para os devidos esclarecimentos.

Entenda o caso

Uma família manauara está sofrendo enlutada a perda do Duke, pet que há oito anos os acompanhava e teria nova vida em Mato Grosso do Sul. Assim, após muito planejar o transporte que – em tese – seria melhor para o animal, investiram R$ 3,5 mil e aguardavam a chegada dele, em Campo Grande. No entanto, o que receberam foram imagens dele morto e sendo enterrado, enquanto a casinha, quase pronta, o aguardava aqui em seu novo lar.

“Meu namorado arrumou um bom emprego aqui e foi o primeiro a vir. Depois, transferi a minha faculdade e o meu pai, que trabalha com marcenaria, estava transferindo a empresa dele para cá. A minha mãe ainda está em Manaus, está vindo em breve. E foi ela quem ficou lá com o Duke e conversou com a empresa. Todos nós confiamos no trabalho deles, em tudo o que prometeram, mas, simplesmente deixaram o Duke preso em uma caixa por dias, definhando até a morte”, alegou a estudante de odontologia, Ericka Castro, de 25 anos.

Conforme a estudante, com recentes casos ocorridos, de transportes de pet em aeronaves, a família acreditou que o transporte terrestre seria a melhor opção. “Uma pessoa de Campo Grande indicou uma empresa, dizendo que tinha trazido dois pets para cá sem problemas. Só que não achamos a empresa e depois vimos esta outra, que tinha site e aparentavam ser super profissionais, mas, não tinham nenhum preparo”, lamentou.

Ericka, que usou as redes sociais para denunciar o caso, ressaltou que Duke morreu na última sexta-feira (8). “O transporte na aeronave ficaria em torno de R$ 1 mil e, neste caso, pagamos R$ 3,5 mil porque disseram que ele iria passear, iriam mandar vídeos, mas, ele morreu preso dentro de uma caixa, em Machadinho do Oeste, Rondônia”, argumentou.

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