Ao passear em parque de Campo Grande, mulher fica a 15 metros de onça-parda: ‘Coração parou’
Observadora de aves afirma ter vivido experiência única esta semana no Parque Matas do Segredo
Graziela Rezende –
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“Meu coração parou por um instante. Eu, com a câmera desligada, não tive coragem de me mexer para tentar fotografar ou filmar. Senti medo dela me olhar e não gostar do meu movimento. Fiquei estática. Depois que ela sumiu fui me afastando de costas lentamente, até pegar uma boa distância para me virar de frente. Fui embora com as pernas tremendo e respiração ofegante. Uma mistura de medo, gratidão e reverência”.
O relato é da filósofa e observadora de aves, Luana Cezar, de 37 anos, que afirma ter vivido uma experiência única esta semana, no Parque Matas do Segredo, em Campo Grande. Em certo momento, ela até pede desculpas a um dos administradores do local, já que frequenta constantemente e, inclusive, teria recebido alertas sobre a possível presença do felino.
“Não estou romantizando o fato de ter corrido um grande risco do qual eu já havia sido alertada, anteriormente, pela administradora do Parque. Estar ali observando aves é um hobby extremamente prazeroso. Contudo, precisamos ter muita responsabilidade e ética… mas, estar ali foi a melhor terapia que encontrei. No ‘silêncio’ do mato eu reorganizo meus pensamentos e equilibro meus sentimentos”, disse.
Assim, na última quarta-feira (11), após “ficar em paz”, Luana avistou a onça-parda. “Meu coração parou por um instante. Ela não me atacou porque não quis, talvez não tenha me visto, porque cheguei a ficar uns 15 metros dela, ouvindo passos no mato abaixo de mim, em um barranco. Eu pensando que poderia ser uma capivara e também tinham macacos-prego e um tamanduá por perto”, relembrou.
Pouco tempo depois, Luana diz que a onça deu saltos e logo já estava a cerca de cem metros de distância, em direção à ponte nova. “Eu pensei: que bicho rápido. E também foi tudo muito rápido. Subi no morrinho e olhei na ponte e a vi saindo da vegetação e subindo na ponte, do meio para o final… fiquei tentando entender aquela visão por alguns segundos, até perceber que eu não estava respirando e senti falta de ar. Foi quando processei que era uma onça-parda e não gato-mourisco ou palheiro, que era muito grande. Enquanto eu pensava, ela subia pela trilha, indo para o lado dos coqueiros gigantes, caminhando majestosamente e sumindo da minha vista. Meu corpo ficou gelado”, argumentou.
Ao sumir, Luana comentou que ainda permaneceu “ofegante, tremendo” e foi “caminhando até o lago”. “Moro na região do Matas do Segredo há mais de dez anos e a observação da fauna surgiu há alguns anos, quando passei por situações de violências psicológicas e emocionais e fiquei com sequelas. E admirar a natureza me ajudou a recuperar muitas habilidades como: foco, concentração, atenção, paciência. A natureza me acolheu, sem julgamentos e diagnósticos. Aos poucos estou recuperando o prazer de viver”, finalizou.
Confira o relato da Luana no Parque Matas do Segredo:
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