Pais de MS são assim? Novela mostra tipos que revoltam o telespectador
Hipócritas, interesseiros e detestáveis, pais de “Terra e Paixão” formam um estereótipo patriarcal bem complicado. Neste domingo (13) de Dia dos Pais, confira o perfil dos patriarcas da novela e veja se eles lembram alguém conhecido
João Ramos –
Será que os pais sul-mato-grossenses estão bem representados pela novela “Terra e Paixão”? Ambientada em Mato Grosso do Sul, a trama das 21 horas da TV Globo conta com poucos patriarcas em sua história, mas o suficiente para formar um panorama sensível sobre a representatividade paterna de Nova Primavera, cidade fictícia do folhetim.
Ao destacar pais com tipos “odiosos”, “Terra e Paixão” aposta força nas figuras maternas, que são os alicerces de todas as famílias da novela, exceto uma. Dos cinco principais pais da trama, apenas um não irrita os telespectadores, que têm detonado os demais nas redes sociais e em rodas de conversa.
Talvez, pelo fato do folhetim ser ambientado em um universo rural, os responsáveis pela idealização dos tipos tenham vislumbrado figuras mais duras, menos afáveis e amorosas, e até interesseiras.
Desse modo, a pergunta que não quer calar é: os pais de Mato Grosso do Sul se sentem bem representados por esses personagens, ou acham que eles não espelham em nada os patriarcas de MS?
Se você for filho ou pai, antes de responder a esta pergunta neste Dia dos Pais, confira o perfil dos pais sul-mato-grossenses de “Terra e Paixão” que estão deixando o público de cabelo em pé.
Antônio La Selva (Tony Ramos)
O fazendeiro Antônio La Selva, vivido por Tony Ramos, é uma das figuras paternas de “Terra e Paixão” que os telespectadores mais odeiam.
Desde o primeiro capítulo, La Selva trata mal os filhos Petra (Débora Ozório) e Caio (Cauã Reymond). Ele detesta e destrata o filho mais velho por acreditar que Caio é responsável pela morte de Agatha (Bianca Bin), sua primeira esposa e mãe do personagem de Cauã. É que todos acreditam que ela morreu no momento em que deu à luz ao menino e, por isso, Antônio passou a culpá-lo pela perda da mulher.
O que os personagens ainda vão descobrir é que Agatha forjou a própria morte e está mais viva do que nunca. Sendo assim, todo o ódio do patriarca contra o primogênito se mostrará mais injusto e desnecessário do que já é.
Enquanto insulta, renega e trata Caio como lixo, Antônio La Selva também é cruel com a filha Petra. O rei da soja só chama a agrônoma de “Miss Tarja Preta”, pelo fato da mesma ser viciada em remédios controlados. Em qualquer oportunidade, La Selva dispara seu termo “Miss Tarja Preta” como forma de diminuir e incapacitar a herdeira.
O fazendeiro também despreza a filha por ela ser mulher e, pelo mesmo motivo, acredita que ela é uma pessoa inferior e não merece respeito. Difícil… conhece algum pai assim?
Andrade (Ângelo Antônio)
Outra figura odiada por quem assiste “Terra e Paixão” é Andrade, personagem de Ângelo Antônio. Mau-caráter e agressor da esposa Lucinda (Débora Falabella), o administrador da pousada Bela Primavera é outro que vive em pé de guerra com o filho.
A diferença é que Cristian (Felipe Melquiades) é só uma criança e, ainda assim, o marido de Lucinda não perde a oportunidade de espezinhar o garoto, que é portador de albinismo.
Rigoroso, hipócrita e grosseiro, Andrade desperta a fúria dos telespectadores por maltratar filho e mulher. Além do tratamento que recebe do pai, o personagem albino também detesta Andrade por tudo que o mesmo faz com sua mãe, chegando a declarar diversas vezes que sente muito ódio por seu patriarca.
Tadeu (Cláudio Gabriel)
Esse é complicado. Trambiqueiro, interesseiro, traidor e sem escrúpulos. Eita! Tadeu (Cláudio Gabriel) é pai de Graça (Agatha Moreira) e ignora completamente qualquer individualidade de escolha da filha.
Isso porque, desde o início da trama, ele quer que Graça case com algum herdeiro, de preferência que seja da família La Selva, para tirar a família da crise financeira, quitar dívidas e sair do fundo do poço.
E, assim como os demais pais mencionados acima, além de péssimo pai também é um péssimo marido. Vive em videochamadas sexuais com Anely (Tatá Werneck) por ser viciado em sexo virtual e não cansa de enviar pix’s para sua Rainha Delícia. Grande exemplo, só que não.
Ademir (Charles Fricks)
Insosso e indiferente na vida dos filhos, Ademir descobriu tarde demais que era pai. Só soube que era genitor de Daniel (Johnny Massaro) pouco antes do advogado morrer em um acidente de carro. Então, nem deu tempo!
Agora, acaba de saber que a pequena Rosa (Maria Carolina Basilio) é sua filha, fruto de um caso com a garota de programa Flor (Leticia Laranja).
Bem sem sal, sem postura e sem atitude, Ademir decidiu se impor pela primeira vez e, após a descoberta, levou Rosa e Flor para morarem em sua casa. E, embora se esforce, ainda não tem feito muita diferença na vida da garota por ser um “banana”.
Gentil (Flávio Bauraqui)
Aqui está a exceção. De todos os pais de “Terra e Paixão”, Gentil (Flávio Bauraqui) é o único pai amoroso, presente e preocupado com os filhos Menah (Camilla Damião) e Jonatas (Paulo Lessa).
O patriarca considerado exemplo é adorado pelo público. Ele não tem comportamentos tóxicos ou abusivos e respeita as escolhas de Jonatas e Menah.
É comum ver Gentil se preocupando e fazendo questão de auxiliar os herdeiros em qualquer âmbito que os personagens precisem: amoroso, profissional, financeiro, etc. Ele entrega afeto nas comidas que prepara com carinho, toma tereré com Jonatas e, mesmo estando em dificuldades, estende a mão para quem precisa.
Além disso, sempre tem um sábio conselho na ponta da língua para suas “crias” e, quando precisa, também repreende e alerta os mesmo. Sabe ser duro na medida, sem exceder os limites. É um suporte, um alicerce. Um paizão!
É assim?
Concorda com o universo paterno de “Terra e Paixão”? Se identificou com algum tipo ou viu nesses personagens pessoas que você conhece? Qual seu pai preferido e o que menos gosta na novela? Está faltando uma representatividade paterna mais positiva ou em MS é assim mesmo?
Vale lembrar que, independente do recorte local, a figura paterna é universal. No entanto, devido às singularidades e costumes, uma região pode ter tipos de pais mais específicos.
Como “Terra e Paixão” é ambientada em um universo rural, os escritores podem ter optado por construir personagens que acham condizentes com esse nicho.
Nesse caso, é importante destacar ainda que Mato Grosso do Sul não se resume a uma área rural e, portanto, o folhetim não retrata e nem tem a intenção de retratar os pais do Estado como um todo. É só uma novela e esses são os patriarcas necessários para a história que vem sendo contada.
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