Conveniência ‘sem concorrentes’ no Pantanal ganha nome curioso após insistência de clientes pidões
Local foi sendo aprimorado e agora tem banheiro, dormitório, rádio escuta, internet e ainda “socorre” muitos peões, fazendeiros e turistas que passam pela região
Graziela Rezende –
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No Pantanal da Nhecolândia ao Paiaguás, em uma linha reta de 300 km, só tem uma conveniência. Há 31 anos, é referência para tudo e também vende de tudo: da cachaça ao remédio, tudo se encontra no “Qué-qué”.
O local foi sendo aprimorado e agora tem banheiro, dormitório, rádio escuta, internet e ainda “socorre” muitos peões, fazendeiros e turistas que passam pela região. Mas, é só o pantaneiro mesmo, o pantaneiro raiz, que conhece a origem do nome. Ou, pelo menos conhecia, até agora…
Imagine o diálogo. O cliente chega “varado” de fome ou sede e pede uma cervejinha…
- Quanto está?
- R$ 15
- Nossa, muito caro!
- “Qué, qué”, não “qué”, só em Corumbá…
Seja com a bebida alcoólica ou qualquer outro produto, a conversa se repetiu inúmeras vezes, com os clientes “pidões” pedindo desconto, até a conveniência, oficialmente, receber o nome de “Qué-Qué”.
“Meu pai chegou em 1992, quando aqui era um mundaréu de terra, água e muitos animais. Ele montou e aí foi evoluindo aos poucos. Tem de tudo o que a pessoa precisa. Tem gente que chega de fora e compra repelente, mas, aqui a gente brinca que o repelente do pantaneiro é a cachaça”, disse o microempresário Luis Cláudio do Carmo, de 33 anos.
Quem for ao local no horário do almoço, por exemplo, encontra refeição quentinha. No dia da visita do MidiaMAIS, estava sendo servido macarrão com carne.
“A partir de 2005 a conveniência e mercearia cresceu e passamos a oferecer espaço para as pessoas dormirem e também montamos um barracão. Desde então, a gente viu triplicar o número de fazendas, então, compramos dois caminhões em leilão, que eram do Exército. A gente faz o transporte de gado para quem precisa, é uma referência também de transporte na Curva do Leque”, comentou.
Segundo Luis, a rádio escuta também ajuda muito os fazendeiros da região. “Muitas vezes acontece da gente estar dormindo e ligarem, pedindo socorro, porque alguém está passando mal e precisa ser levado para o hospital. Da última vez, ligaram umas duas da manhã, então, a gente já acostumou. E agora tem internet também. O único lugar e custa R$ 15 a hora. Qué, qué, num qué, já sabe”, brincou.
Além de ajudar a clientela, um dos motivos da instalação da internet é por conta do pagamento. “Não é sempre que as pessoas estão com dinheiro, então, a gente precisou por conta de máquina de cartão, do pix, essas coisas. Daí os clientes podem se conectar, fazer o pagamento”, explicou o microempresário.
Entre um atendimento e outro, Luis mostra que a simpatia e o bom atendimento fazem os clientes nem se importarem com o preço. Muitos deles inclusive colam adesivos na entrada, principalmente de clubes de motoqueiros e jipeiros que passam pela região.
“A gente conversa bastante, conhece tudo por aqui. Meu pai foi pioneiro e todo mundo conhece a ‘Qué-Qué’ hoje. E agora recebemos e conversamos com bastante gente de fora. Mostro o mapa do Pantanal e vamos conversando. Tem jipeiros, tem gente de São Paulo, de todo canto que passa por aqui”, finalizou.
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