Destaque do Bioparque , a de 3 metros moradora do grande aquário não é do bioma. A informação foi revelada pelo biólogo Allyson Favero, do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), e divulgada pelo Jornal Midiamax na semana passada.

Conforme Allyson, a cobra, que ainda não tem nome, veio do Pará direto para . Logo, a origem do animal levantou um questionamento: por que, justamente, a sucuri do Aquário do Pantanal não é do Pantanal?

Ao MidiaMAIS, o biólogo explica: “É porque a gente não tira um animal da natureza. Fomos atrás de criadouros que tinham disponíveis, e só apareceu ela no Pará”, sana Allyson, destacando que a serpente já chegou a morar em Mato Grosso do Sul por algum tempo e depois retornou para a região norte.

“É uma cobra que já tem bastante experiência em questão de criadouro. A gente não tem um criadouro de sucuris em MS, por isso é necessário recorrer a quem tem”, ressalta. “Temos o Cras, e quando chega alguma sucuri machucada nós tratamos, só que não é um criadouro”, destaca o biólogo.

A decisão leva em conta a manutenção da fauna local, já que retirar animais do bioma traria grandes prejuízos à natureza. “Tirar um animal da natureza é mais traumático para ele, e isso gera uma complicação ambiental bem grande. A sucuri tem uma importância enorme no ambiente… remover essa cobra de sua área para exposição não seria correto”, esclarece ele.

Veja a sucuri do Aquário do Pantanal conhecendo seu tanque:

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Várias serpentes foram analisadas, mas essa, em especial, era de fácil manejo e tinha um tamanho bom, afirma o biólogo. “Ela é paraense, mas não tem problema não. Essa cobra é a mesma sucuri-verde que temos aqui no Pantanal”, diz o profissional.

Curiosamente, a famosa sucuri atriz da novela “Pantanal” (TV Globo) também é paraense e não pantaneira. Quanto a essa demanda por sucuris da região norte, Allyson tem uma hipótese: “Provavelmente é porque, no Pará, por eles terem uma incidência maior de sucuris, acontece de também terem muitos problemas com elas”, reflete.

“Questão de desmatamento e tudo mais… chegam muitos animais machucados. Então eu acho que lá eles encontram mais sucuris que precisam reabilitação. No nosso caso, não temos esse problema aqui em MS. Elas estão no lugarzinho delas e não é preciso fazer recolhimento”, pontua. Allyson ainda relata que é muito raro que sucuris cheguem ao Cras de Mato Grosso do Sul.

Conforme o biólogo, os jacarés em exposição no Aquário também são animais de criação, assim como todos os répteis. “Só que eles [os jacarés] são pantaneiros, nasceram em mas estavam em uma fazenda que faz a criação desses animais. Os répteis são todos de criação, já nasceram em cativeiro. Não estamos tirando eles da área e mandando para o aquário”, destaca o profissional de biologia.

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